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Machete foi convidado para ministro e aceitou em três horas
Rui Machete pediu três horas para pensar se voltava a assumir um cargo ministerial 28 anos depois. Aceitou-o por causa da situação do País.
Foi um convite em cima da hora. Rui Machete aceitou ir para o Governo apenas três horas depois de ser convidado. Tudo aconteceu no próprio dia em que foi anunciada a sua chegada ao Executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
Machete foi convidado na terça-feira, 23 de Julho, para ser o novo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, substituindo Paulo Portas, que ascendeu a vice-primeiro-ministro. O antigo presidente da Federação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) precisou de três horas para pensar.
As três horas passaram e Rui Machete aceitou, contou o próprio aos jornalistas depois da tomada de posse esta quarta-feira, 24 de Julho. A decisão deveu-se à "situação" que o País enfrenta.
Com 73 anos, o advogado regressa a um Governo. Há 28 anos, foi o vice-primeiro-ministro de um Governo do bloco central liderado por Mário Soares embora apenas por dias. Antes disso, o histórico do PSD tinha sido o ministro da Defesa desse mesmo Executivo.
Rui Machete foi a surpresa na remodelação anunciada na quarta-feira. Nuno Brito era o nome falado para os Negócios Estrangeiros mas foi noticiada alguma tensão entre os meios diplomáticos com essa nomeação.
Apesar de só ter tomado posse esta quarta-feira, Machete está a ser criticado desde o dia anterior - quando foi divulgada a composição do Governo remodelado - pelas ligações à Sociedade Lusa de Negócios, detentora do BPN, banco cujas práticas de gestão conduziram a perdas para os contribuintes nacionais.
"Isso denota uma certa podridão dos hábitos políticos, porque deviam saber em que condições eu passei, em vez de darem notícias bombásticas", disse o próprio interrogado sobre a polémica, cita a Lusa. "Há muitos anos" que está de consciência tranquila.