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José Sócrates quis ter Passos Coelho como vice-primeiro-ministro
Ex-primeiro-ministro convidou o actual chefe de Governo para seu número dois, no auge da crise financeira. Mas Passos Coelho recusou.
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A notícia é avançada esta quinta-feira em manchete pelo “Público”: José Sócrates quis ter Pedro Passos Coelho, então apenas líder do PSD, como seu vice-primeiro-ministro. O convite foi feito por intermédio de Luís Amado, que desempenhava na altura as funções de ministro dos Negócios Estrangeiros, a Ângelo Correia, presidente da Fomentinvest, onde Passos Coelho trabalhava. Sócrates e Passos conversaram, posteriormente, mas não houve acordo entre os dois.
Em entrevista emitida terça-feira na TSF, José Sócrates já havia admitido que convidara “duas ou três vezes” Passos Coelho para este fazer parte do seu Governo minoritário, ofertas que foram recusadas porque o social-democrata só quereria entrar no Executivo para mandar. De acordo com o jornal, estes contactos aconteceram quando Portugal experimentava dificuldades acrescidas de financiamento nos mercados, após as crises grega (Maio de 2010) e irlandesa (Novembro do mesmo ano).
O “Público” não explica como é que apurou que o convite endereçado a Passos Coelho especificava que o cargo oferecido era o de vice-primeiro-ministro. O jornal cita Ângelo Correia a confirmar que intermediou as conversas entre Sócrates e Passos Coelho, perguntando ao actual primeiro-ministro se estaria disponível para integrar um governo de unidade nacional. “Sei que ele pouco depois falou com o engenheiro Sócrates”, acrescentou Ângelo Correia.
Luís Amado terá, inclusive, colocado o seu lugar à disposição, o que poderia ter facilitado a entrada de Passos Coelho no Executivo, uma informação que o actual presidente não-executivo do Banif – onde, curiosamente, Passos Coelho disse não ter amigos – não confirmou.
Já em 2009, logo após ter sido eleito, Sócrates convidou Manuela Ferreira Leite, que liderava o PSD, para integrar o Governo minoritário que saiu das urnas, um convite sem significado particular para a ex-ministra das Finanças. “Ele convidou toda a gente”, disse ao “Público”, acrescentando que este convite foi gesto que não teve “qualquer significado”.