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Grupo Lena vai processar candidato presidencial Paulo Morais
A empresa de Leiria volta a recorrer à justiça para se defender das acusações do candidato presidencial, que a acusa de ter sido favorecida durante os governos de José Sócrates.
O Grupo Lena vai avançar com um processo judicial contra o candidato a Presidente da República Paulo Morais, por difamação e atentado à reputação, indicou esta quarta-feira, 6 de Janeiro, a empresa de Leiria, em comunicado.
A decisão surge depois de ontem, no debate televisivo com Sampaio da Nóvoa, o candidato presidencial ter voltado a estabelecer uma relação entre a ascensão do Grupo Lena e a liderança de José Sócrates. "Parece-me normal que tenha havido uma acusação no caso Sócrates", afirmou.
Considerando ter sido alvo de um ataque "gratuito e infeliz ao seu bom nome e reputação", o Grupo Lena "anuncia que intentará mais um processo judicial, por difamação e atentado à reputação, ao agora candidato presidencial Paulo Morais, que terá de, em juízo, provar as afirmações que tão displicente e irresponsavelmente proferiu", reage a empresa, em comunicado.
Esta será a segunda vez que o Grupo Lena recorre à justiça para contestar o que considera serem "afirmações falsas e difamatórias" de Paulo Morais, que, continua o comunicado, "anteriormente já tinha difamado o grupo". Agora, o candidato mentiu "grosseiramente" para "obter vantagens políticas", critica.
A empresa de Leiria afirma ainda "ser falso que o Grupo Lena tenha alguma vez trocado favores com José Sócrates, antes ou depois de ele dirigir o Governo". E que é "grosseiramente falso" e "ridículo" que alguma vez tenha sido o maior fornecedor do Estado português.
"O Grupo Lena não só nunca foi o maior fornecedor do Estado português, como perdeu quota de mercado, em valor absoluto e em posição relativa, nos governos dirigidos por José Sócrates", contrapõe.
Para sustentar esta posição, o grupo socorre-se de um estudo que recorre a dados da AECOPS e de um relatório da Parque Escolar para mostrar que entre 1998 e 2004, antes dos governos de Sócrates, tinha uma quota de mercado nas obras pública de 2,93%, a terceira maior do país. E que, nos executivos liderados pelo ex-primeiro ministro socialista, entre 2005 e 2011, baixou para 2,54%, ainda que mantendo a terceira posição.
"Em valores, o Grupo Lena vendeu ao Estado português, entre 1998 e 2004, 657.037.744 euros, enquanto entre 2005 e 2011 vendeu 535.234.524 euros, ou seja, menos 121,8 milhões de euros", concretiza.