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Pires de Lima: Governo não deve "meter o nariz" na PT

Pires de Lima, ministro da Economia, não poupou críticas ao "dirigismo nefasto e perverso" resultante das interferências políticas na PT. Não vai interferir, mas está atento ao caso.

Bruno Simão/Negócios
06 de Novembro de 2014 às 22:55
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"O maior favor que podemos fazer à Portugal Telecom é não ter mais secretários de Estado ou ministros ou primeiros-ministros com a mania que são também administradores ou gestores da PT, metendo o nariz onde não são chamados". Foi deste modo que o ministro da Economia, António Pires de Lima, definiu a posição do Governo português face à eventual venda da empresa de telecomunicações.

Foram as interferências políticas – aliadas aos interesses privados - que levaram a PT a tomar "escolhas erradas", como a do compromisso de dívida emitido junto da Rioforte, "holding" do Grupo Espírito Santo, acredita, disse o ministro. O Governo não quer contribuir para prolongar essa tendência que conduziu a um "dirigismo nefasto, perverso". Desde modo, o político recusa todos os pedidos que pedem a intervenção estatal na PT, rematou.

"Hoje a empresa não é portuguesa como resultado da interferência maravilhosa do anterior Governo na administração da PT. A PT acabou por ser brasileira", afirmou Pires de Lima esta quinta-feira na Assembleia da República.

Ainda assim, o Governo está "a acompanhar a situação da PT" por se tratar de uma empresa "importante" no contexto português. Pires de Lima lamentou ainda que a mesma valha hoje "menos 10 mil milhões de euros do que em 2006".

"A empresa precisa de um accionista privado, com poder de capital, para a poder fazer crescer e desenvolver", defendeu. Caso a venda seja levada em frente, Pires de Lima espera um processo "competitivo e transparente", em que a companhia seja "altamente valorizada".

No início do seu discurso, Pires de Lima salientou que o Governo tem procurado demarcar-se dos "casos inexplicáveis" do Banco Espírito Santo e da PT, que "criaram algumas dificuldades na imagem do País". "Estas adversidades deixam alguma mossa", admitiu. 

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