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Geringonça entra em Harvard
O politólogo António Costa Pinto vai falar da solução governativa portuguesa numa conferência sobre o futuro da esquerda europeia, agendada para 11 de Abril na reputada universidade do estado de Massachusetts.
O Centro de Estudos Europeus da Universidade de Harvard vai organizar a 11 de Abril um simpósio sobre o futuro da Esquerda no Velho Continente e um dos temas em análise será a solução governativa portuguesa, assente num governo do PS com o apoio do Bloco de Esquerda, PCP e Verdes no Parlamento.
A alocução estará a cargo do politólogo português António Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que desde o início deste ano está como professor visitante na Universidade de Nova Iorque. Ao DN, frisou que Portugal "aparece como a excepção simpática" numa UE onde os populismos crescem em países como França, Holanda, Itália ou Polónia.
Há poucas semanas, a chamada geringonça, erguida pelas esquerdas unidas, foi alvo de atenção do candidato socialista às Presidenciais francesas, Benoît Hamon, que esteve em Portugal durante dia e meio para tentar perceber como foi possível ao primeiro-ministro português negociar um Executivo suportado pelos partidos da extrema-esquerda, até então sempre distantes de responsabilidades executivas.
Sensivelmente um ano antes, em Janeiro de 2016, também Pedro Sánchez, que era então o secretário-geral do PSOE (socialistas espanhóis), veio a Lisboa apenas duas semanas depois da realização das eleições legislativas em Espanha que resultaram num Parlamento fragmentado e sem soluções evidentes de Governo.
Num texto publicado a 24 de Fevereiro, o site Politico escreveu que "os socialistas europeus que estão à procura da fórmula para reverter o seu declínio eleitoral estão a folhear dicionários para encontrar a tradução da palavra portuguesa geringonça". Apesar desta "história improvável de sucesso" que leva cerca de 15 meses, a publicação especializada frisou que será difícil reeditar uma solução governativa deste género noutros países que estão com eleições à porta, como Holanda, França ou Alemanha.