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Ferreira Leite: Quantos alunos vão trocar a praia por um exame facultativo?
Manuela Ferreira Leite não compreende que as provas de aferição sejam facultativas este ano. “Gostava de saber qual foi o processo mental que o conduziu [ao Ministro da Educação] a tomar esta decisão”, diz, no seu comentário na TVI.
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Depois de ter ouvido críticas por estar a introduzir alterações no sistema de avaliação do ensino básico a meio do ano lectivo, o Governo resolveu criar um regime transitório, onde determina que, este ano, os exames são facultativos. Mas também este está a ser mal compreendido.
No seu comentário semanal na TVI, Manuela Ferreira Leite, que além de ministra das Finanças também ocupou a pasta da Educação durante um dos governos de Cavaco Silva, é uma das vozes que manifesta a sua perplexidade. A ex-ministra diz que "gostava de saber qual foi o processo mental que o conduziu [ao ministro da Educação] a tomar esta decisão".
No início do ano o Governo anunciou que a extinção de alguns exames obrigatórios e a conversão de outros em provas de aferição, com carácter universal, a aplicar em todas as escolas. Contudo, esta quinta-feira, 17 de Março, ao abrigo de uma regra de transição, fixa o calendário das provas de aferição do 2º, 5º e 8º anos para 6 e 8 de Junho próximos, e diz que as provas serão facultativas. Do mesmo modo, os exames do 4º e do 6º anos poderão realizar-se, se as escolas quiserem.
"Não sei o que são provas de aferição facultativas no sistema educativo", diz Ferreira Leite, que contextualiza: "uma prova de aferição não tem nenhuma influência no curriculum dos alunos, não conta para nada". Ora, se agora, o Governo "encomenda uma prova de aferição e marca datas para momento de praia – gostava imenso de saber quantos alunos vêm fazer uma prova que não lhes diz respeito, que é facultativa, tanto podem ir como não ir, em vez de irem à praia".