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Deputados do PS divididos na tolerância de ponto
A tolerância de ponto para a função pública na visita do papa, a 12 de maio, está a dividir deputados do PS, uns contra, como Ascenso Simões, ou a favor, como João Soares.
O deputado Ascenso Simões afirmou à Lusa que a tolerância "não faz qualquer sentido", dado que no dia 12 de maio, sexta-feira, "só há procissão das velas à noite e as comemorações são a um sábado".
"Abençoada tolerância para um papa tolerante", foi a resposta, curta, do deputado socialista João Soares à Lusa.
Nas redes sociais, as posições sucedem-se e são também bem diferentes.
Na sua conta do Facebook, Porfírio Silva, deputado e membro da comissão permanente da direção de António Costa, desdramatizou os planos do executivo de conceder tolerância de ponto, afirmando tratar-se de "uma medida prática e que tem em conta a realidade concreta do que vai acontecer na ocasião".
"Cansa um excesso de vigilância ideológica sobre tudo e mais alguma coisa, como se fosse precisa tanta rigidez (a criticar a tolerância de ponto) para continuarmos a ser socialistas, republicanos e laicos", acrescentou o deputado socialista.
E Isabel Moreira, eleita como independente nas listas do PS, também escreve no Facebook: "É perante decisões como a do Governo de conceder tolerância de ponto aquando da ida do papa a Fátima que sabemos da imaturidade do Regime. Muito por que lutar."
Questionado pela Lusa, o líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, disse concordar com a decisão do Governo, afirmando não considerar excessivo decretar a tolerância de ponto na função pública.
O Governo vai conceder tolerância de ponto nos serviços públicos a 12 de maio, dia em que o papa Francisco chega a Portugal para o centenário das "Aparições" de Fátima, disse hoje à Lusa fonte do executivo.
A mesma fonte adiantou à agência Lusa que a tolerância de ponto será dentro em breve anunciada formalmente pelo Governo.
O papa Francisco visita Fátima a 12 e 13 de maio para canonizar os dois pastorinhos Jacinta e Francisco no centenário das "aparições" na Cova da Iria, em 1917.
Francisco tem também encontros agendados com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, António Costa.