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Cristas defende consulado de Cavaco e espera de Marcelo consensos e intervenção

A candidata à liderança do CDS-PP Assunção Cristas espera de Marcelo Rebelo de Rebelo na Presidência da República a procura de consensos mas também um papel interventivo e defende que o país deve gratidão a Cavaco Silva.

Bruno Simão/Negócios
08 de Março de 2016 às 08:47
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Em entrevista à agência Lusa, Assunção Cristas, única candidata à liderança do CDS no Congresso do próximo fim-de-semana, afirmou esperar que Marcelo Rebelo de Sousa, que toma posse esta quarta-feira, 9 de Março, "seja igual a ele mesmo e que diga um pouco aquilo que disse durante o tempo de campanha eleitoral", em que o tom conciliador dominou o discurso do candidato à chefia do Estado.


"Será certamente um Presidente que procurará os consensos, que procurará estabelecer diálogos, que será interventivo, que tomará a iniciativa em muitos aspectos, dentro da lógica de compreensão dos poderes do Presidente, que são poderes de arbitragem, poderes de influência e de desbloqueio para pontes de diálogo", afirmou.


Sobre o Presidente cessante, Aníbal Cavaco Silva, a ex-ministra da Agricultura reage aos baixos índices de popularidade do ainda chefe de Estado afirmando que "a justiça só será feita daqui a uns anos", considerando que "haverá, porventura, muitas incompreensões de determinadas posições do Presidente cessante" que só o "distanciamento e a História" poderão resolver.


"Temos todos de aguardar e temos de estar gratos, porque passou tempos muito difíceis durante os seus dez anos de Presidente, em particular no segundo mandato", declarou.


Ainda sobre Marcelo Rebelo de Sousa, Assunção Cristas disse ter entendido "muito bem" a campanha eleitoral que fez e a postura de conciliação e pacificação relativamente ao Governo do PS, liderado por António Costa.

cotacao Temos todos de aguardar e temos de estar gratos, porque passou tempos muito difíceis durante os seus dez anos de Presidente, em particular no segundo mandato. Assunção cristas sobre cavaco silva


"Entendi-o muito bem. Penso que de um Presidente da República era isso que se esperava. Bem ou mal, concordando-se ou discordando-se da solução governativa neste momento em Portugal, a verdade é que ela existe e aqui temos de também virar uma página", declarou. Assunção Cristas sublinha que o Executivo de esquerda "existe, cumpriu os seus processos constitucionais".


"Nessa medida, teremos de trabalhar, cada um vestindo o papel que lhe compete, e o papel do Presidente é um papel de árbitro e de moderação. O meu papel, enquanto futura presidente do CDS, será um papel de oposição firme e consistente, mas sempre mostrando outros caminhos. Sempre procurando gerar consensos em vários temas ", afirmou.


"Isso tem de ser possível no nosso país e eu trabalharei para isso mesmo. Consensos naquilo que é possível, num contexto de profunda discordância de políticas", acrescentou.


Questionada sobre o papel que Marcelo Rebelo de Sousa pode vir a ter caso o Governo de António Costa falhe, disse: "Ele pode ter o papel que quiser, é aquele que ele quererá interpretar e certamente que, com a criatividade e a inteligência que tem, será capaz de porventura encontrar outras hipóteses que nunca ninguém pensou".

"Não estou a pensar em nada em concreto, mas acredito que Marcelo Rebelo de Sousa, sendo constitucionalista, sendo uma pessoa com grande facilidade de percepção das realidades e de comunicação e tendo uma reconhecida criatividade, poderá ter um papel relevante", sustentou.

A candidata à liderança dos centristas não exclui que o CDS volte ao Governo dentro do actual quadro parlamentar, embora considere que tal hipótese é "altamente improvável" e sempre sem António Costa.


"Acho muito improvável um cenário desses, mas não podemos dizer que é impossível, que se este Governo falhasse, se este apoio à esquerda falhasse, e se António Costa vendo que tinha falhado abandonasse a sua posição como secretário-geral do PS e outro viesse que fizesse aquilo que António Costa teve oportunidade para fazer a seguir às eleições e não quis fazer, apoiar um Governo que tinha saído vencedor", afirmou.

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