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Costa: “se isto fosse uma autocracia, o Infarmed já estava no Porto"

O chefe de Governo assumiu que se dependesse de si próprio, a deslocalização do Infarmed para o Porto já tinha sido concluída. PSD fala em "incompetência" e CDS diz que "palavra dada não foi honrada". António Costa admite que processo foi "mal conduzido".

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David Santiago dsantiago@negocios.pt 26 de Setembro de 2018 às 16:54

A decisão do Governo de suspender a transferência do Infarmed para o Porto foi pretexto para a direita atacar o primeiro-ministro no debate quinzenal desta quarta-feira, 26 de Setembro. Coube ao líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, pegar num tema que "mostra que as pessoas não podem confiar" na palavra do primeiro-ministro.

"Isto mina a sua credibilidade como político. Faltou ou não à palavra aos portugueses", questionou o deputado social-democrata. António Costa começou por rejeitar "lições" sobre a sua palavra para de seguida assumir "teimosia" na decisão inicial do Governo transferir aquela instituição para o Porto. "Em vez de insistir na teimosia de fazer a mudança contra tudo e todos", o Governo optou por esperar pelos resultados do trabalho a cargo da comissão de descentralização, cuja constituição Costa lembrou ter decorrida de uma proposta do PSD.

 

A discussão ficou acesa quando Negrão acusou Costa de "incompetência" por deixar a cargo de uma comissão que pretende estudar a descentralização um assunto que diz respeito à deslocalização de um serviço. Fernando Negrão chegou a oferecer-se para explicar a diferença entre os dois conceitos. O primeiro-ministro assumiu que "o processo foi mal conduzido" e, como tal, defendeu que nesta circunstância a melhor opção é "dar um passo atrás para tomar uma boa decisão" em função das conclusões da comissão a cargo do tema. 

Foi depois a vez de a presidente do CDS voltar à carga com a propósito da suspensão suspensa do Infarmed. "A palavra dada não foi honrada", atirou Assunção Cristas. "Se isto fosse uma autocracia do António Costa, o Infarmed já estava no Porto", ripostou o primeiro-ministro notando que "não se governa por capricho", aludindo à oposição dos trabalhadores a uma decisão tomada pelo Governo no ano passado depois de a cidade nortenha ter perdido a candidatura a acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento.

Cristas também atacou o Governo pelo flanco de Tancos, com a líder centrista a perguntar ao primeiro-ministro se mantém confiança política no seu ministro da Defesa, Azeredo Lopes. António Costa reiterou confiança em todos os ministros do seu Governo e sustentou que "não é responsabilidade política de nenhum ministro ficar à porta de um paiol a guardá-lo".

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