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Catarina Martins: "Seria um tremendo erro antecipar eleições"

O acordo com o Governo é para quatro anos e é para manter, disse ao Público a líder do Bloco de Esquerda, para quem nem há "divergências novas" nem a maioria parlamentar de esquerda de encontra paralisada.

Miguel Baltazar
24 de Janeiro de 2017 às 09:03
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A actual maioria parlamentar "não está paralisada" e até pode fazer "muito mais", declarou Catarina Martins em entrevista ao jornal Público cuja segunda parte foi publicada esta terça-feira, 24 de Janeiro. Confrontada com questões em que Bloco e Governo não se entendem e que estão actualmente em cima da mesa, como o destino do Novo Banco ou a concertação social, a líder bloquista responde que "não há nenhuma divergência que seja nova" e lembra até que "já houve alguns momentos mais delicados", como quando o seu partido recusou aceitar "que a administração da CGD não cumprisse regras básicas de transparência (…) e o Governo foi obrigado a submeter ao BCE uma nova administração".

 

Catarina Martins lembra, por outro lado, que o acordo firmado inicialmente entre o Bloco, o PS e o Governo ainda não está cumprido, faltando "dois pontos que são relativamente complicados", a revisão dos escalões do IRS, no sentido de uma maior progressividade, e o descongelamento dos salários e carreiras da Função Pública. E outras ainda, como "a contratação colectiva e a reposição de direitos do trabalho", acrescentou.

 

Para já, "é muito importante credibilizar os caminhos que decidimos fazer em conjunto", sublinha Catarina Martins, afirmando, perante a possibilidade de o Governo estar a preparar o caminho para convocar eleições antecipadas, que "seria um tremendo erro se o fizesse" e que "o BE nunca arranjará pretextos para nada".  

 

A líder do BE afirma ainda que nas câmaras, para as eleições autárquicas que aí vem, o seu partido apenas "não negociará com o PSD e com o CDS". E afirma-se candidata a primeira-ministra, embora não afaste um Governo com o PS. "Tudo depende", diz.

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