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Autarcas do PSD com medo que geringonça “pegue moda” em 2017

Depois do “pior resultado de sempre do PSD” nas autárquicas de 2013, o presidente dos autarcas do PSD, Álvaro Amaro, pediu aos militantes que não tenham vergonha do poder local e alertou para o perigo de os derrotados bloquearem as câmaras nas eleições de 2017.

É presidente da Câmara da Guarda desde 2013, cargo que acumula com a liderança dos Autarcas Sociais-Democratas. Tem vasta experiência no mundo autárquico, sendo um dos dinossauros do PSD.
Miguel Baltazar
02 de Abril de 2016 às 13:47
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Álvaro Amaro, presidente dos Autarcas Social-Democratas e da câmara da Guarda, protagonizou um dos primeiros discursos mobilizadores do segundo dia do congresso social-democrata, que decorre até amanhã em Espinho. O autarca pediu a Passos Coelho muita atenção na preparação das eleições autárquicas de 2017 e disse que é importante mudar a lei eleitoral autárquica, até porque receia que no próximo ano uma espécie de geringonça "pegue moda", o que significa que os partidos derrotados podem bloquear os executivos eleitos sem maioria.

 

"É hora de refrescar o sistema eleitoral", defendeu o autarca da Guarda. "Não para 2017, mas que sejam as últimas eleições com esta lei eleitoral autárquica", pediu. "A lei eleitoral autárquica não permite geringonças desta ordem – quem ganha governa, mas sabemos que há muitas câmaras que não têm governabilidade assegurada, há muitas câmaras sem maioria", relatou. É por isso que "é hora de dar a governabilidade a quem tem mais um voto, porque ou muito me engano ou em 2017 pega a moda", e os partidos derrotados "vão dizer: ganhou mas não manda nada, quem manda somos nós que não ganhamos as eleições".

 

Apesar de recear um bloqueio nas eleições de 2017, Álvaro Amaro reiterou que as alterações à lei eleitoral autárquica já só podem entrar em vigor nas eleições autárquicas de 2021.

 

Para a eleição do próximo ano, Álvaro Amaro pediu aos militantes "que acham que são muito importantes na política nacional e que é uma coisa menor estar no poder local" para não fazerem cálculos políticos. Amaro pôs-se no lugar daqueles "que têm aspiração" de ir para o Governo se Passos voltar a ser primeiro-ministro. "Se ele for primeiro-ministro e eu for candidato à câmara e perder as eleições, será que depois ele me chama para o Governo? Ninguém lhe vai fazer esta pergunta", afirmou, olhando para o líder do partido.

 

Álvaro Amaro deu a resposta. "Não há problema, candidatem-se. Porque nós queremos ganhar a Associação Nacional de Municípios e ganhar a Anafre. Venham daí, porque se perderem vão na mesma para o Governo, porque ele vai convidar. Venham daí, desta vez não vale ficar em casa, no conforto do sofá", porque "temos que ajudar a vencer a singularidade da democracia".

O mais importante é "escolher os melhores", porque se não for assim, "não ganharemos as eleições autárquicas" de 2017.

 

"Lixámo-nos bem"

 

Álvaro Amaro também utilizou um termo informal para caracterizar as autárquicas de 2013 para o PSD. "É bom recordar que em 2013 este nosso partido teve o pior resultado de sempre das autárquicas. Elegemos 106 presidentes de câmara, contra 150 do PS", assinalou. Depois, dirigindo-se a Passos Coelho: "Caro presidente, deixe-me dizer-lhe. Lixámo-nos mesmo em 2013".

 

Ficou célebre a frase de Passos Coelho em 2012 em que o então primeiro-ministro disse "que se lixem as eleições". "Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal", afirmou então. E o PSD lixou-se mesmo logo no ano seguinte, assinalou Álvaro Amaro.

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