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PSD desafia esquerda a levar a “geringonça” às autárquicas de 2017

“Se houver coerência, PS, Bloco e PCP apresentam-se coligados às autárquicas”, afirma Carlos Carreiras, que foi designado coordenador autárquico do PSD no congresso deste fim-de-semana.

03 de Abril de 2016 às 13:15
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O PSD espera que a aliança de esquerda que suporta o Governo de António Costa se repita nas autárquicas. E se não for em todas as câmaras, pelo menos em muitas. É isso que defende Carlos Carreiras, o coordenador autárquico dos social-democratas para as eleições de 2017. Em entrevista ao Negócios, Carreiras diz esperar que PS, Bloco e PCP validem a nível local a solução que está em vigor a nível nacional.

 

"Se há uma coerência por parte da maioria que suporta o Governo, tudo o que se esperaria era que se apresentassem juntos, não direi em todas as câmaras, mas em muitas das câmaras", afirma Carlos Carreiras, num desafio evidente à coesão da maioria de esquerda. "O que se esperará é que PS, BE e PCP apresentem projectos comuns que suportem esta solução nacional", acrescenta o presidente da câmara de Cascais.

 

De acordo com Carreiras, haveria uma vantagem imediata neste cenário. Ao contrário do que aconteceu nas eleições legislativas, em que os portugueses "arriscaram-se a votar para um primeiro-ministro e apareceu outro", com uma coligação de esquerda os eleitores já saberiam com o que podiam contar.

 

"Vejo isto como um acto normal de coerência", assinala.

 

O Expresso escreve este sábado que o PS está disponível para, em Lisboa, formar uma aliança de esquerda em torno de Fernando Medina, que deverá submeter-se pela primeira vez a votos na câmara da capital (isto porque se tornou presidente da câmara depois da saída de António Costa). Porém, Bloco de Esquerda e PCP dizem ser prematuro falar do assunto.

 

Lisboa é aliás um dos exemplos destacados por Carlos Carreiras. "O PS e o PCP já se apresentaram coligados, já ganharam e já perderam, inclusive contra Pedro Santana Lopes, que se apresentou com uma lista apenas do PSD". Portanto, pelo menos na capital já "há este histórico que mostra que é expectável que esta base que apoia o Governo se apresente às autárquicas unida".

 

Carreiras quer acelerar processo nas câmaras onde o PSD não manda

 

Quanto ao calendário para começar a apresentar candidatos, Carreiras diz que ele terá de ser mais tardio no caso de presidentes já em funções e mais rápido nos municípios em que o PSD não é poder. "Não acredito que haja algum presidente que tenha necessidade de apresentar muito cedo a sua recandidatura, se tiver é mau sinal. Em segundo lugar, depende daquelas câmaras em que não se é poder e não há um trabalho de base. Dou muito foco a fazer esse trabalho primeiro", afirma.

 

Nos municípios em que o PSD não lidera o executivo, "quanto mais depressa esse processo puder estar concluído, melhor. Mas o mais importante é termos uma estratégia", sinaliza. O objectivo do PSD para as autárquicas de 2017 é voltar a ser o partido com mais câmaras municipais e juntas de freguesia.

E as coligações com o CDS? Carreiras prefere não se alongar sobre o tema e coloca antes a tónica na necessidade de os partidos de esquerda irem, eles sim, coligados. Mas lembra que há autarquias em que a governação PSD/CDS tem dado "excelentes resultados", e que o trabalho de construção de listas vai agora arrancar. Carreiras não quer falar muito sobre Lisboa e Porto, mas assume que são desafios "perfeitamente alcançáveis" pelas candidaturas do PSD.

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