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Almeida Henriques quer o regresso de autarcas “empurrados” para candidaturas independentes

O presidente da câmara de Viseu considera que o PSD deu “vários tiros no pé” nas autárquicas de 2013, quando empurrou candidatos para candidaturas independentes. Agora é preciso ir buscar esses candidatos para o partido.

03 de Abril de 2016 às 00:39
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O PSD registou o seu pior resultado em autárquicas nas eleições de 2013, e, para Almeida Henriques, não ajudou o facto de vários candidatos terem sido "verdadeiramente empurrados" para candidaturas independentes. Alguns dos candidatos não receberam a confiança do partido para irem a votos e avançaram para candidaturas independentes. Agora, é tempo de ir buscar esses candidatos.

 

A eleição do Outono do próximo ano vai ser "o momento de sarar algumas feridas que vêm de há três anos". "Há candidatos do PSD que foram verdadeiramente empurrados para candidaturas independentes e por outros partidos. Temos que voltar a trazer essas pessoas para a nossa família", assinalou ao Negócios Almeida Henriques, ex-secretário de Estado de Passos Coelho, que venceu as autárquicas na Câmara de Viseu.

 

"Em alguns casos, o partido deu tiros no pé porque perdemos câmaras" que não deviam ser perdidas, afirmou. Instado a dar exemplos, o autarca de Viseu optou por "só concretizar uma" por ser "insuspeito": Portalegre. "A presidente da câmara de Portalegre é claramente uma pessoa do PSD e foi empurrada para uma candidatura independente. E ganhou", explicou.

 

Houve outros casos: em Sintra, o ex-vereador do PSD Marco Almeida não conquistou a nomeação do partido e concorreu como independente contra o social-democrata Pedro Pinto. A vitória nessa câmara acabou por ser de Basílio Horta, candidato do PS.

Várias dezenas de militantes foram expulsos do partido na sequência de candidaturas contra o PSD nas autárquicas. António Capucho, um dos fundadores do PSD, acabaria por ser expulso nessa ocasião.

 

Para Almeida Henriques, as escolhas nas autárquicas devem respeitar a "meritocracia, não é pelo facto de um militante querer ser candidato que deve ser". "Têm que ser candidatas as pessoas que têm condições para ganhar eleições e para governar como deve ser", sugeriu. Mas vincou que é essencial recuperar os autarcas que se tornaram independentes.

 

Coligação com o CDS? "Deve haver geometria variável"

 

Almeida Henriques, que se candidatou com o apoio único do PSD, considera que devem ser estudadas as realidades locais para decidir se vale a pena o PSD ir coligado com o CDS. "Podermos ir coligados ou não, vai variar consoante o interesse do próprio local, o PSD não pode ter uma política de coligações para o país inteiro", sinalizou o autarca, em conversa com o Negócios à margem do congresso do PSD.

 

O autarca recorreu a um exemplo que conhece bem, o distrito de Viseu. "O meu distrito tem 24 câmaras, há realidades completamente diferentes: em quatro ou cinco concelhos o PSD deve ir sozinho, há outros em que não é poder e para poder ser, deve ir coligado com o CDS", nota.

 

Quanto ao objectivo para as autárquicas, há só um: "Só pode ambicionar ter o maior número possível de câmaras".

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