Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Passos Coelho diz a Marcelo que “ter divergências não é desunir”

Marcelo não foi ao congresso do PSD, mas Passos Coelho não se esqueceu dele logo no início do seu discurso. O líder dos social-democratas disse ao Presidente que não há problema se discordar de quem quer que seja, porque assim está a afirmar a sua identidade.

Paulo Duarte
02 de Abril de 2016 às 00:47
  • ...

Passos Coelho não evitou o Presidente da República na abertura do congresso do PSD e até fez questão de descrever o papel que defende para o chefe de Estado. Esta noite, em Espinho, o presidente do PSD garantiu que o partido ficou "muito contente" e com "orgulho" de ver eleito como Presidente da República "um ex-presidente do PSD pela segunda vez na nossa história". Para Passos, o Presidente deve exercer o seu mandato à margem do jogo partidário.

 

"O Presidente da República é presidente de todos os portugueses e não um elemento de afirmação política dos social-democratas", começou por dizer Passos Coelho, que se referiu por três vezes a Marcelo chamando-lhe "Rebelo de Sousa". "É assim que vemos Rebelo de Sousa, porque é assim que vemos a Presidência da República. Sendo um órgão de soberania individual, a Presidência deve garantir um exercício absolutamente à margem dos partidos. O plano de intervenção do Presidente não se confunde com o plano de intervenção dos partidos e não se pode confundir com um legítimo jogo partidário", advertiu Passos Coelho.

 

Marcelo "deve exercer o mandato com a preocupação de unir os portugueses e a preocupação de coesão quer nacional, quer geracional que se projecta para o futuro. Ao Presidente, apesar de não lhe competir governar nem legislar, pode e deve exigir-se o exercício de magistratura de influência, onde não deve faltar um espírito de cooperação e entreajuda com as instituições mais relevantes de todos os outros órgãos soberanos, como o Governo e a Assembleia da República, e onde deve estar presente o interesse estratégico nacional, mais que a espuma dos dias".

 

Passos pediu depois a Marcelo que seja ambicioso. "Cabe ao Presidente intervir com pensamento e acção, arriscando ter posição e marcar a diferença", fazendo-o "sempre que a natureza das circunstâncias o exija e lhe pareçam suficientemente relevantes, ou quando a consciência o ditar".

 

"Um abraço muito forte com muito afecto"

 

Por isso, "ter divergências com quem quer que seja não é desunir, é apenas afirmar a individualidade do cargo que ocupa, de acordo com a identidade política de quem o ocupa", defendeu Passos Coelho.

 

Apesar da relação difícil com o Presidente no passado, com a acusação de "cata-vento mediático" que Marcelo assumiu ser para si, Passos desejou-lhe felicidades no cargo. "Ao suspenso militante do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, desejamos neste congresso, também com muito afecto, um abraço muito forte, com votos de que possa ter um mandato com muita esperança para os portugueses e recheado dos maiores sucessos".

Ver comentários
Saber mais Congresso do PSD Passos Coelho Espinho Marcelo Rebelo de Sousa Presidente da República
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio