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António Costa recusa acordos à direita que apenas criariam o “pântano”

O novo secretário-geral socialista afirmou não estar disponível para reeditar um Governo Central. “Não é possível ser uma alternativa com quem quer prosseguir as actuais políticas”, explicou António Costa.

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30 de Novembro de 2014 às 15:00
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No discurso de encerramento do XX Congresso do PS, António Costa colocou de parte qualquer possibilidade de entendimento com os partidos da actual maioria. O motivo para esta rejeição foi facilmente explicado por Costa com a resposta a uma pergunta colocada a si próprio.

 

"O que é que os portugueses nos pedem?", questionou António Costa que se prontificou a responder: "É algo muito claro. Que sejamos uma alternativa a este Governo e às actuais políticas", resumiu.

 

De forma mais detalhada, o líder socialista explicou que "não é possível ser uma alternativa com quem quer prosseguir as actuais políticas", até porque uma espécie de novo Bloco Central serviria apenas para criar o "pântano" e o "empastelamento" da vida política nacional, sustentou.

 

O ainda autarca lisboeta foi ainda mais longe ao esclarecer que o problema poderá até nem passar, simplesmente, pelos actuais líderes da direita, garantindo que "o problema não é um problema de nomes", numa provável alusão a uma eventual liderança do PSD protagonizada pelo ex-autarca portuense Rui Rio.

 

"O meu filho chama-se Pedro. Eu gosto do nome Pedro (...), mas [o problema] é uma questão de políticas e para prosseguir esta política não contem connosco", ilustrou Costa.

 

Para o líder dos socialistas é fundamental fazer distinções e ter capacidade para marcar a diferença, realçando ser fundamental que os portugueses possam notar que não "é tudo farinha do mesmo saco em que ninguém distingue o que uns e os outros querem fazer". Costa insiste que é com a excessiva semelhança de projectos entre a esquerda e a direita que "alimentamos os populismos que são, esses sim, uma ameaça à democracia".

 

Costa quis também mostrar que esse não é um risco que o actual PS possa correr, até porque "todos os dias há mais um exemplo daquilo que nos distingue desta direita, e não é só uma questão de estratégia económica", sublinhou.

 

Esta diferença é visível no "fosso cultural, diria até civilizacional com esta direita", acrescentou António Costa que deixou um novo exemplo.

 

"É uma direita que entende que o valor de um filho no quociente familiar [do IRS] valha mais numa família" em que o filho vive com o pai e com a mãe "do que numa família em que viva só com o pai ou só com a mãe", disse Costa arrancando provavelmente a maior ovação do discurso de encerramento.

 

"É isso que nos distingue", continuou o líder do PS garantindo já não ser tempo de o Estado poder impor escolhas e modelos de família.

 

A política serve para resolver os problemas das pessoas

 

Num discurso muito voltado para a sociedade e os problemas que a afectam, este discurso teve ainda um momento inovador quando Costa chamou ao palco a actriz Maria do Céu Guerra para prestar homenagem às 34 mulheres assassinadas por situações de violência doméstica, entre 1 de Janeiro e 30 de Outubro de 2014.

 

"É por isto que a política é necessária, porque a vida são pessoas e a política tem a ver com isso, com soluções para a vida das pessoas", afirmou lamentando que entre todos os cortes feitos pelo Governo o pior, citando o discurso de sábado de Manuel Alegre, "foi o corte na esperança de cada português e na confiança no futuro de Portugal".

 

Em tom de crítica ao actual Executivo, António Costa garantiu que amanhã, 1 de Dezembro, "os portugueses celebrarão a independência de Portugal", ressalvando que sem esta data Portugal não existiria. 

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