Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

O que esperar da audição de Janet Yellen no Congresso dos EUA?

A presidente da Reserva Federal irá esta quarta-feira explicar as opções de política monetária no Congresso dos Estados Unidos. Os analistas referem que será uma das audições mais seguidas pelos mercados nos últimos tempos.

10 de Fevereiro de 2016 às 12:41
  • ...

É uma das audições no Congresso mais importantes para a presidente da Reserva Federal dos EUA. Janet Yellen prestará, esta tarde, explicações aos congressistas depois de ter decidido a subida de juros em Dezembro e numa altura em que os mercados financeiros estão a ser atingidos por uma forte turbulência. Este factor, alimentado pelos receios em torno da saúde das economias emergentes, tem levado a uma subida das expectativas de que o ciclo de normalização dos juros nos EUA seja lento. O que espera o mercado sobre a mensagem que Janet Yellen irá transmitir?

Taxas de juro: manter ou continuar com a subida?

"Esta será uma das audições mais seguidas dos últimos tempos com o mercado a tentar perceber se ainda existe a possibilidade de uma subida da taxa em Março", referem os analistas do RBC Capital Markets, numa nota a que o Negócios teve acesso. Acrescentam, no entanto, que "dada a falta de acalmia nos mercados, pensamos que as probabilidades de Yellen assinalar uma mexida em Março são diminutas".

Apesar de não se esperar uma mensagem a indicar novas subidas dos juros em Março, também não se antecipa um tom demasiado suave de Janet Yellen. "Ela irá provavelmente adoptar um tom equilibrado mas dificilmente sinalizará uma suavização da política", consideraram os analistas do Commerzbank numa nota de investimento.

A táctica da presidente da Fed deverá passar, segundo os analistas do Societe Generale, por "manter as cartas escondidas em termos de perspectivas para a política monetária". Isto porque, justificam, a próxima reunião do Comité de Política Monetária ocorrerá daqui a cinco semanas.

Qual o verdadeiro estado de saúde da economia dos EUA?

A maior economia do mundo tem dado indicações contraditórias. Indicadores do sector dos serviços e da indústria têm dado sinais menos positivos, enquanto os dados do mercado de trabalho deram sinais positivos.

"É provável que Yellen realce os bons fundamentais da economia dos EUA, em especial em relação ao emprego", antevêem os analistas do RBC Capital Markets. As perspectivas de Yellen para a maior economia do mundo deverão também ser seguidos de perto pelo mercado. Até porque, como explicam os analistas do Commerzbank, existem preocupações de "que a economia dos EUA possa abrandar ou mesmo resvalar para uma recessão". Apesar destes receios, o banco alemão "vê poucos sinais de uma avaliação tão pessimista". Mas realça que "as palavras de Yellen terão de ser bastante equilibradas já que existe o risco de que possam ficar aquém das elevadas expectativas".

A incerteza global pode afectar os EUA

Em Setembro do ano passado, a volatilidade nos mercados e a incerteza sobre as economias emergentes, com a chinesa à cabeça, levaram a Fed a adiar o início do ciclo da subida das taxas de juro. Os mercados vivem um momento semelhante, ou ainda mais turbulento, ao que ocorreu no Verão passado.

E o mercado também espera que existam respostas para os receios de que estas incertezas se contagiem à maior economia do mundo. "O 'risco' de que os problemas globais se estendam aos EUA irá também merecer atenção", consideram os analistas do RBC Capital Markets.

Após o último comunicado da Fed sobre as decisões de política monetária, alguns responsáveis da instituição, como o vice-presidente Stanley Fischer e o presidente da Fed de Nova Iorque, William Dudley, realçaram que os recentes desenvolvimentos nos mercados financeiros poderiam afectar o crescimento e a inflação nos EUA, notam os analistas do Societe Generale. E esperam que Yellen adopte uma mensagem semelhante. 

Ver comentários
Saber mais Congresso presidente da Reserva Federal dos EUA Janet Yellen Fed Comité de Política Monetária Stanley Fischer William Dudley macroeconomia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio