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Christine Lagarde admite que confiança no BCE caiu com subida da inflação

Numa altura em que as famílias estão mais atentas e mais preocupadas com inflação, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) reafirmou o compromisso de fazer regressar a taxa à meta de 2%.

Ronado Wittek / EPA
04 de Setembro de 2023 às 15:21
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A rapidez da comunicação, com ciclos noticiosos que não param e a proliferação de redes sociais, tornou-se um desafio acrescido para os bancos centrais. Quem o diz é Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), que admite que a confiança dos europeus na autoridade monetária tem vindo a cair e é crucial no combate à inflação.

"Grande parte dos anos 2010, a confiança líquida no BCE caiu para níveis negativos. E apesar da confiança média ter aumentado após a nossa rápida resposta à pandemia, voltou a cair novamente juntamente com a recente subida na inflação", diz a francesa, num seminário em Londres sobre comunicação, em que sublinha as alterações nos últimos anos.

Lagarde explica que o cenário de comunicação de hoje em dia apresenta dois grandes desafios para decisores políticos, incluindo banqueiros centrais: a crescente concorrência por atenção e os riscos do declínio na confiança. "Estes desafios tornaram consideravelmente mais difícil comunicar políticas de forma efetiva", diz. "No BCE, levamos muito a sério este ambiente de comunicação fragmentada e de diminuição da confiança".

A importância da comunicação defendida pela presidente do BCE prende-se com a relevância da expectativas de inflação na estratégia de domar a escalada dos preços. Num ambiente de inflação elevada, as famílias estão mais atentas, sendo que esta tornou-se uma das preocupações mais prementes dos europeus, de acordo com a líder, que cita o Inquérito às Expectativas dos Consumidores do BCE, onde mais de 60% das famílias declararam, no início do ano, que estavam a prestar mais atenção à inflação do que no passado.

"Neste contexto, é fundamental não só tomar medidas decisivas para fazer baixar a inflação, mas também comunicar eficazmente para garantir que as expectativas de inflação a médio prazo permaneçam ancoradas durante o processo. Mais do que nunca, transmitir de forma credível que a inflação regressará ao nosso objetivo de 2% a médio prazo tem sido vital para ajudar a evitar que se instale uma dinâmica inflacionista auto-realizável", acrescenta.

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