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Janet Yellen reforça sinais de que Fed pode subir juros em Dezembro

A presidente da Reserva Federal norte-americana disse que está cada vez mais confiante na economia dos EUA, dando assim um sinal de que a Fed pode decidir-se por uma subida dos juros já na reunião deste mês.

Em sétimo lugar surge Jannet Yellen, presidente da Reserva Federal norte-americana, que fez história em 2014 ao tornar-se a primeira mulher a ocupar o cargo, escreve a Forbes.
Bloomberg
02 de Dezembro de 2015 às 18:43
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Janet Yellen, que esta quarta-feira, 2 de Dezembro, falou sobre as perspectivas económicas e a política monetária dos EUA, no Clube de Economia de Washington, mostrou a sua crescente confiança na economia norte-americana, tendo declarado que esta está a crescer o suficiente para se alcançarem melhorias no mercado laboral e um aumento da inflação.

 

Estas afirmações deixam acreditar que o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla anglo-saxónica) da Fed poderá decidir-se ainda este ano – na reunião de 15 e 16 de Dezembro – pelo início do movimento de subida da taxa de juro directora, que está entre os 0% e os 0,25% desde o final de 2008. Se assim for, será a primeira subida desde 2006.

 

Desde Abril que Yellen tem sinalizado a probabilidade de o banco central começar a subir os juros ainda este ano, estando dependente, para tal, de uma melhoria nos dados do emprego e de um aumento da inflação para o objectivo da Fed: 2%. Em Outubro, a taxa de inflação nos EUA (sem energia e produtos alimentares) foi de 1,9%, um valor muito distante do Verão de 2008. Em Agosto desse ano, um mês antes da falência do Lehman Brothers, a inflação norte-americana estava nos 5,4% - e foi precisamente em finais desse ano que a Reserva Federal colocou a taxa de juro de referência nos actuais mínimos históricos.

 

No seu discurso desta quarta-feira, Yellen disse que a informação económica e financeira recebida desde a reunião de Outubro da Fed "tem sido consistente com as nossas expectativas de contínua melhoria no mercado laboral". E isso, sublinhou, "ajuda a reforçar a confiança no sentido de que a inflação irá, no médio prazo, atingir a nossa meta dos 2%".

 

Recorde-se que em Outubro foram contratados mais 271.000 norte-americanos, o valor mais alto em quase um ano. Além disso, a taxa de desemprego desceu para 5% - metade dos 10% atingidos em Outubro de 2009, em plena crise financeira decorrente do "subprime" (concessão de empréstimos a famílias sem a devida qualidade creditícia).

 

Hoje, Janet Yellen revelou um grande optimismo, sendo de esperar que mantenha o mesmo tom amanhã, quando discursar perante o Comité Económico Conjunto do Congresso norte-americano.

 

"A economia norte-americana recuperou substancialmente desde a Grande Recessão. A taxa de desemprego (…) desceu para 5% em Outubro deste ano – estando assim próxima das mais recentes estimativas medidas dos membros do FOMC para o seu nível normal de longo prazo. A economia criou cerca de 13 milhões de empregos desde o patamar mais baixo em matéria de postos de trabalho, verificado em inícios de 2010", disse Yellen, ressalvando contudo que não se pode ainda dizer, na sua opinião, que o mercado laboral já alcançou o ponto do pleno emprego.

 

No entanto, Yellen não foi taxativa quanto à possibilidade de os juros subirem já este mês. "O FOMC antecipa que mesmo estando o emprego e a inflação mais próximos de níveis consistentes, as condições económicas poderão, durante algum tempo, garantir que se mantenha a taxa directora abaixo dos níveis que o Comité vê como normais no longo prazo", sublinhou a presidente da Fed, mas advertindo que manter uma política demasiadamente acomodatícia durante um período muito prolongado coloca riscos à economia.

 

Yellen tem afirmado repetidamente que quando a Fed começar a subir os juros, irá fazê-lo de forma muito gradual e sem grandes oscilações. Actualmente, os operadores inquiridos pela Bloomberg, apontam para uma probabilidade de 74% de a Reserva Federal decidir que o "timing" ideal para o início dessa subida será já este mês. Resta esperar por dia 16 de Dezembro para ser conhecida a decisão de política monetária.

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