A presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Janet Yellen, considerou esta segunda-feira, 6 de Junho, que as forças positivas que estão a suportar o crescimento do emprego e a subida da inflação no país deverão superar os desenvolvimentos negativos. Nesse contexto, a responsável admitiu ser "apropriado" subir a taxa directora de forma gradual, sem avançar, contudo, uma data específica para o próximo aumento.

"Continuo a pensar que a taxa de juro directora terá que aumentar gradualmente ao longo do tempo para assegurar a estabilidade dos preços e o máximo emprego no longo prazo", referiu a responsável num discurso proferido em Filadélfia.

Em relação ao ‘timing’ da próxima subida dos juros, Yellen foi menos específica do que em anteriores discursos. A 27 de Maio, na Universidade de Harvard, a presidente da Fed admitiu que seria apropriado subir os juros "nos próximos meses", uma referência temporal que esteve omissa nas declarações desta segunda-feira.

Desde essa altura, o Departamento do Trabalho anunciou que a maior economia do mundo criou 38 mil postos de trabalho em Maio, o valor mais baixo desde 2010. Números que Yellen considera "decepcionantes".

"Se o relatório de Maio foi um desvio ou reflecte uma desaceleração temporária resultante da fragilidade da actividade económica no início do ano, então o crescimento do emprego deve voltar a crescer e a apoiar novos ganhos no rendimento", afirmou a responsável.

Os dados do emprego são uma das "quatro áreas de incerteza" identificadas por Yellen no seu discurso, a par do comportamento anémico do investimento.

Os riscos globais também são uma preocupação para a presidente da Reserva Federal, que citou a taxa de crescimento da economia chinesa e o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, agendado para o próximo dia 23 de Junho.

As palavras de Yellen chegam oito dias antes de os responsáveis da Fed se juntarem em Washington para mais uma reunião mensal de política monetária, onde será provavelmente debatido o ‘timing’ da primeira subida dos juros nos Estados Unidos desde Dezembro.