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Fed à defesa. Mantém juros e dá poucas pistas para a próxima subida (act.)

A entidade liderada por Janet Yellen manteve a taxa dos fundos federais no intervalo de entre 0,50% e 0,75%, decisão que foi unânime.

8. Janet Yellen, presidente da Reserva Federal dos EUA
Bloomberg
01 de Fevereiro de 2017 às 19:04
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A Reserva Federal dos EUA manteve as taxas de juro, em linha com o antecipado pelos economistas. Após a subida de Dezembro passado, o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) não mexeu nas taxas de juro, decisão que foi unânime. Os economistas anteviam que a entidade liderada por Janet Yellen aguardasse por mais detalhes das políticas económicas que Donald Trump irá seguir e os seus impactos na maior economia do ano antes de prosseguir com novas subidas. E a Fed não deu grandes pistas sobre a próxima subida.

 

"Tendo em conta as condições verificadas e esperadas para o mercado de trabalho, o Comité decidiu manter o intervalo para as taxas de fundos federais entre 0,50% e 0,75%. A abordagem da política monetária continua acomodatícia, apoiando assim algum fortalecimento adicional das condições no mercado de trabalho e o regresso à inflação de 2%", refere o comunicado do FMOC.

 

Após ter tirado a taxa dos fundos federais de perto de 0% em Dezembro de 2015, no último mês de 2016 fez novo aumento, para um intervalo de entre 0,50% e 0,75%. E a Reserva Federal dos EUA tem indicado que a tendência será de subidas graduais ao longo do tempo, sendo que as perspectivas do mercado de que as políticas de Trump resultarão em mais inflação e crescimento levou os investidores a apostar num ritmo mais rápido de subidas.

 

Mas o FOMC deu poucas pistas sobre o "timing" da próxima subida. Reiterou apenas que "o Comité espera que as condições económicas evoluam de uma forma que garanta apenas subidas graduais da taxa de fundos federais; a taxa de fundos federais irá, provavelmente, continuar por algum tempo abaixo dos níveis que são esperados prevalecer no longo prazo". E relembra que "o actual trajecto da taxa de fundos federais dependerá do ‘outlook’ económico".

 

"A Fed, como toda a gente, está à espera de informação sobre a extensão das medidas orçamentais antes de tomar outro passo no caminho de normalização", consideram os analistas do Commerzbank após a decisão, numa nota a investidores.

 

Fed nota melhoria recente no sentimento económico

 

Os membros do FOMC revelaram que a informação recebida desde a última reunião, em Dezembro, "indica que o mercado de trabalho continuou a fortalecer-se e que a actividade económica continuou a expandir-se a ritmo moderado". E nota que "as medidas do sentimento das famílias e das empresas melhoraram ultimamente", referindo-se já a indicadores que ocorreram após a eleição de Trump.

 

No entanto, a própria presidente da Fed e os economistas têm notado que o efeito Trump vem causar mais incerteza ao cenário económico para os EUA e, consequentemente, aos próximos passos da autoridade monetária. Janet Yellen tinha referido num discurso em Janeiro que "a alteração da política orçamental pode afectar a perspectiva económica e o caminho apropriado de política [monetária]. Mas, nesta altura, o ‘timing’ e o conteúdo destas alterações permanecem incertos".

 

A juntar a essa incerteza estão os receios de um confronto institucional entre a administração Trump e Janet Yellen, que foi alvo de várias críticas do presidente na campanha eleitoral. A Fed está pronta a arrefecer a economia dos EUA ao mesmo tempo que o presidente Trump promove novas medidas de estímulo pró-crescimento, o que coloca a Fed numa situação muito delicada", referiu Franck Dixmier, responsável de análise da Allianz Global Investors numa nota antes da decisão da Fed.

 

A próxima reunião do FOMC está agendada para 14 a 15 de Março. Segundo dados da Bloomberg, as probabilidades implícitas no mercado para uma subida nessa reunião são de 34%. Uma data mais consensual para novo aumento dos juros é em Junho, com a probabilidade a ficar acima de 70%. 


(Notícia actualizada às 19:32 com mais informação)

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