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Bullard vê “potencial” no programa de Trump para melhorar produtividade e crescimento
O presidente da Fed de St. Louis afirma que, após a vitória do candidato republicano nas eleições presidenciais, as perspectivas do banco central para o próximo ano não mudaram.
O presidente da Reserva Federal de St. Louis, James Bullard, defendeu esta sexta-feira, 18 de Novembro, que algumas das promessas políticas de Donald Trump – como o investimento em infra-estrutura e a reforma fiscal – podem ajudar a melhorar a produtividade na economia dos Estados Unidos.
"O programa de infra-estrutura, feito correctamente, poderia melhorar a produtividade dos EUA e impulsionar o crescimento no médio prazo", afirmou Bullard numa entrevista à Bloomberg TV. Já uma reforma fiscal que repatriasse lucros do exterior "poderia aumentar o investimento e o crescimento dos Estados Unidos".
Ainda assim, o responsável salienta que, após a vitória do candidato republicano nas eleições presidenciais, as perspectivas da Fed para o próximo ano não mudaram.
"Para nós, as perspectivas para 2017 não mudaram. Consideramos que quaisquer alterações vindas de Washington só terão impacto em 2018 e 2019", considerou Bullard, em reposta às questões dos jornalistas, em Frankfurt.
Numa altura em que o mercado dá praticamente como certo que a Fed vai subir os juros já na reunião de Dezembro, Bullard reiterou a intenção do banco central de fazer aumentos graduais, uma mensagem que a própria presidente da Reserva Federal sublinhou esta quinta-feira, em Washington.
"Para ir mais rápido, em primeiro lugar precisávamos de mais inflação do que tivemos nos últimos anos", explicou. "No mínimo, a inflação teria de subir para além da meta e ameaçar aumentar ainda mais. Isso motivaria o comité [FOMC]", tal como uma taxa de crescimento do PIB de 3% ou 4% com "o desemprego já baixo".
Na discussão de um painel, em Frankurt, Bullard também desvalorizou os receios de que o presidente eleito possa comprometer a independência da Fed. "Os sinais da equipa de transição são que vão respeitar a independência da Fed. Eu tomo-os como a sua palavra", afirmou.
O membro da Fed disse ainda que seria "tolo" não prestar atenção à eventual formação de bolhas potencialmente arriscadas, como consequência das políticas não convencionais dos bancos centrais.
"Não vejo uma bolha na economia dos EUA da mesma magnitude que vimos no final da década de 1990 ou em meados da década de 2000. No entanto, eu seria sensível a esta questão, e vou manter os olhos nisto", concluiu.