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Yellen quer levar mandato até ao fim e anuncia subida dos juros para "breve"
A presidente da Reserva Federal dos EUA confirmou no Congresso norte-americano que "em breve" deverá ser decretado um novo aumento da taxa de juro directora. Janet Yellen anunciou ainda que mantém a intenção de concluir o mandato à frente da autoridade monetária.
Em audição no Congresso norte-americano, a presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Janet Yellen, confirmou que "em breve" deverá haver um novo aumento dos juros no país. Yellen confirmou que seria "apropriado" decretar um novo aumento da taxa de juro directora "relativamente em breve". Yellen reiterou também que o ritmo da subida dos juros será moderado.
"Espero que o crescimento económico continue a um ritmo moderado e suficiente para gerar um reforço suplementar das condições do mercado laboral e fazer regressar a [taxa de] inflação para o objectivo do Comité [de governadores] de 2% no próximo par de anos", justificou Yellen.
A líder da autoridade monetária dos Estados Unidos considerou ainda que a sua perspectiva assenta no facto de que as políticas monetárias da Fed permanecem "moderadamente acomodatícias" o que, aliado à criação de novos postos de trabalho e à quebra dos preços do petróleo, cria as condições para apoiar a compra de casas e aumentar o consumo das famílias.
Durante as declarações proferidas no Comité Económico Conjunto do Congresso, as primeiras feitas publicamente desde a eleição de Donald Trump como futuro presidente dos EUA, Janet Yellen revelou ainda que pretende concluir o mandato de quatro anos para o qual foi nomeada e que termina em Janeiro de 2018. Ao longo da campanha eleitoral Trump dirigiu críticas à actuação de Yellen enquanto presidente da Fed.
"Fui nomeada pelo Senado para um mandato de quatro anos, que termina no final de Janeiro de 2018, e é minha intenção plena cumprir o mandato até ao fim", atirou Yellen.
As declarações de Yellen surgem num dia em que foi revelado pelo Departamento do Trabalho norte-americano que o número de novos pedidos de subsídios de desemprego recuou na semana passada para 235 mil, o valor mais baixo em 43 anos.
Logo após ter confirmado para breve uma nova subida dos juros - os analistas acreditam que será já em Dezembro, o que a confirmar-se será o segundo aumento no espaço de um ano - os juros associados à dívida pública dos Estados Unidos reagiram em alta. As obrigações com maturidade a 10 anos estão a avançar 2,3 pontos base para 2,245%. Também o dólar teve uma reacção idêntica, estando agora a valorizar 0,28% para 0,9379 euros.