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BCE mantém juros e estímulos

O BCE decidiu manter inalteradas as suas taxas de juro e o programa de estímulos. Às 13:30 Mario Draghi apresentará em conferência de imprensa as novas previsões e os resultados da reunião do banco central.

Reuters
08 de Setembro de 2016 às 12:53
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O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juro de referência (0% na taxa central a que empresta aos bancos e -0,4% nos depósitos em Frankfurt) e também o programa de compra de activos que prossegue ao ritmo de 80 mil milhões de euros mensais. As decisões serão explicadas na conferência de imprensa que terá início na sede o BCE em Frankfurt às 13:30, na qual serão também conhecidas as novas previsões do BCE para o crescimento e a inflação na Zona Euro.

"O Conselho decidiu que a taxa de juro nas operações principais de refinanciamento e as taxas de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez e da facilidade permanente de depósitos permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e -0,4% respectivamente" lê-se no comunicado do BCE que acrescenta que o Conselho "espera que as taxas de juro de referência permaneçam nos actuais níveis ou mais baixos por um período prolongado, e bem para lá do horizonte de compras líquidas de activos [Março de 2017]".

O BCE optou também por não estender no tempo ou reforçar o programa de compras de activos, limitando-se a reafirmar que "as compras mensais de activos de 80 milhões de euros deverão continuar até ao final de Março de 2017, ou para lá dessa data, se necessário, e em qualquer caso até que [o Conselho do BCE] veja um ajustamento sustentado na trajectória de inflação consistente com o seu objectivo de inflação".

A grande maioria dos analistas de mercado antecipa novos estímulos em Frankfurt para fazer face a uma recuperação da economia e da inflação mais lento do que se esperava há uns meses. Durante a manhã as taxas de juro na Zona Euro cairam antecipando a reunião em Frankfurt, levando os juros a dez anos de Portugal para menos de 3% e as bolsas estiverem em terreno positivo. A ausência de novidades poderá implicar correções durante a tarde. A decisão do BCE poderá sinalizar que em Frankfurt não se antecipam impactos significativos do Brexit na economia da Zona Euro.

Em cima da mesa, e além das decisões sobre as taxas de juro, como explicou hoje o Negócios, esteve o anúncio do prolongamento do programa de compras para lá de Março de 2017, e reforço do montante mensal de compras actualmente em 80 mil milhões de euros. O BCE enfrenta também um problema de escassez de títulos no mercado causado pelas regras que impôs ao seu programa de compras, e que condicionam qualquer das opções acima.

Em causa estão limitações como a necessidade de comprar obrigações de acordo com o peso de cada país na chave de capital do BCE ou a impossibilidade de adquirir mais de 33% de cada emissão. Uma flexiblização das regras permitiria ao banco central ganhar tempo. Outras hipóteses passam por alargar o leque de activos elegíveis para incluir, por exemplo, obrigações de bancos (o BCE já compra de empresas) ou acções.

Na conferência de imprensa, Mario Draghi apresentará também as novas previsões de crescimento e inflação para a Zona Euro. É esperada uma nova revisão em baixa que, a confirmar-se, aumenta a pressão para novos estímulos. A inflação em Agosto ficou nos 0,2%, inalterada face a Julho e abaixo das previsões dos analistas.

Em Junho, antes da decisão britânica de sair da União Europeia, as previsões do BCE que apontavam para uma recuperação lenta da economia – com pontos médios de crescimento de 1,6%, 1,7% e 1,7% em 2016, 2017 e 2018, respectivamente – e da inflação, com pontos médios de 0,2%, 1,3% e 1,6% em 2016, 2017, e 2018, respectivamente.

Em Julho, Draghi garantiu que o BCE está "preparado, disponível e capaz de actuar" se identificar uma ameaça ao seu objectivo de inflação na casa dos 2% no médio prazo, e sublinhou que "ao longo dos próximos meses, quando tivermos mais informação, incluindo novas projecções do staff, estaremos em melhor posição para reavaliar as condições macroeconómicas subjacentes".

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