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Juros de Portugal abaixo dos 3% à espera de Draghi

A dívida portuguesa alinha no comportamento dos juros da periferia da Zona Euro. Em Espanha, as obrigações a dez anos tocaram novo mínimo a horas de Mario Draghi poder assinalar uma extensão do actual programa de estímulos.

Bloomberg
08 de Setembro de 2016 às 11:08
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Os juros da dívida portuguesa negoceiam abaixo dos 3% esta quinta-feira, 8 de Setembro, em linha com as obrigações dos países periféricos do euro, a horas da reunião do Banco Central Europeu onde Mario Draghi pode vir a sinalizar uma extensão do actual programa de estímulos, nomeadamente compra de activos.

A yield das obrigações a dez anos transacciona a cair dois pontos base para os 2,957%, em mínimos de 18 de Agosto. Os juros das restantes maturidades estão igualmente em queda, tal como acontece em Itália, Irlanda e Espanha. No caso de Madrid, os juros a dez anos marcaram esta quinta-feira um novo mínimo histórico, nos 0,909%.

O prémio de risco para a dívida portuguesa (diferença entre as yields a dez anos de Portugal e da Alemanha) segue em mínimos de 25 de Agosto, nos 306,8 pontos-base. A dívida germânica transacciona mista, com as maturidades mais curtas em apreciação e as mais longas em ligeiro agravamento.

O presidente do BCE, Mario Draghi, deverá anunciar as mais recentes estimativas para o crescimento da economia e inflação da Zona Euro. Até Março de 2017, o banco central tem reservado mensalmente para compras no mercado, entre activos públicos e privados, um valor médio de 80 mil milhões de euros (até Março deste ano foi de 60 mil milhões e depois ampliado).

"O nosso principal cenário é que o BCE anuncie a extensão do seu programa de ‘quantitative easing’", afirmou Marius Dahei, analista na SEB AB, à Bloomberg. Um adiamento da extensão, afirma aquele especialista, "aumentaria a incerteza no mercado, porque o fim do programa está a apenas seis meses de distância."

Os juros de Portugal e da periferia têm beneficiado do programa de compra de activos, que incluem dívida soberana portuguesa. Em Agosto – um mês menos activo nos mercados -, a compra de títulos de dívida pública nacional ascendeu a 722 milhões de euros, 25% abaixo das compras de 958 milhões um mês antes.

A elegibilidade da dívida portuguesa para o programa de compras do banco central está actualmente dependente da sua classificação com grau de investimento por parte da agência de rating DBRS, a única das quatro que acompanha as obrigações nacionais a considerá-la acima de "junk" (ou lixo).

No mês passado, a agência de notação financeira canadiana manifestou-se em sentido contrário no espaço de dias, considerando que o fraco crescimento e a elevada dívida pressionam o ‘rating’ de Portugal para depois se mostrar "confortável" com a nota actualmente atribuída a Portugal.

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