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Banco de Inglaterra poderá vir a ser liderado por uma mulher pela primeira vez em 300 anos

A BBC avança que a ex-vice-governadora do Banco de Inglaterra, Minouche Shafik, será a escolhida para suceder a Mark Carney.

01 de Novembro de 2019 às 11:26
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Tudo poderá mudar a 12 de dezembro com o resultado das eleições no Reino Unido, mas neste momento o Governo está decidido a nomear a economista Minouche Shafik para governadora do Banco de Inglaterra, segundo avança a BBC

A concretizar-se, esta será a primeira vez que a instituição que define a política monetária do Reino Unido será liderada por uma mulher em mais de 300 anos de história. O Banco de Inglaterra foi criado no final do século XVII. 

No entanto, dado que há eleições, ainda não é certo que seja o atual ministro das Finanças, Sajid Javid, a fazer essa escolha. A decisão caberá ao Governo que resultar das eleições de 12 de dezembro.

Mark Carney, o atual governador do Banco de Inglaterra, já prolongou o seu mandato por três vezes por causa do Brexit. O mais recente adiamento foi até 31 de janeiro, a mesma data em que agora está prevista a saída do Reino Unido da União Europeia, ainda que essa saída possa ser antecipada caso o acordo negociado entre Londres e Bruxelas seja aprovado no Parlamento britânico. 

Atualmente, Minouche Shafik é diretora da London School of Economics, mas tem experiência na banca central dado que foi vice-governadora no Banco de Inglaterra entre 2014 e 2017. A economista também foi sub-diretora-geral do FMI entre 2011 e 2014, altura em que trabalhou sob a liderança de Christine Lagarde, a primeira mulher a liderar o Banco Central Europeu (BCE), cujo mandato começou esta sexta-feira, 1 de novembro. Além disso, foi vice-presidente do Banco Mundial.

Tal como na Zona Euro ou nos EUA, o papel de governador do banco central é um dos mais importante da economia de cada país. Ainda que o governador seja apenas uma das nove pessoas com voto que constituem o comité que toma decisões, o seu poder de influência é maior do que o dos restantes membros.

O Banco de Inglaterra define as taxas de juro diretoras e supervisiona o sistema financeiro, em especial a banca. A missão principal do banco central em Inglaterra é manter a inflação controlada no valor definido anualmente pelo Governo (normalmente é 2%). 

Na última reunião, a 19 de setembro, o Banco de Inglaterra manteve a taxa de juro de referência inalterada nos 0,75%. "A maior incerteza sobre a natureza da saída da UE é o facto de a economia poder seguir uma ampla variedade de caminhos nos próximos anos", lia-se no comunicado da reunião.

De acordo com a BBC, há mais candidatos "implícitos" ao cargo como é o caso de Andrew Bailey, líder do supervisor bancário; Shriti Vadera, a diretora-geral do Santander no Reino Unido; e antigos ou atuais membros do Banco de Inglaterra como Ben Broadbent, Jon Cunliffe e Paul Tucker.
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