Notícia
Banco de Inglaterra mantém juros em mínimo histórico e programa de compras inalterado
A autoridade liderada por Mark Carney sinalizou ainda que a recente apreciação da libra pode ajudar a conter a subida dos preços no país.
Na última reunião mensal de política monetária deste ano, o Banco de Inglaterra decidiu manter a taxa de juro de referência inalterada no mínimo histórico de 0,25%.
O programa de compra de dívida pública também não sofreu qualquer alteração, mantendo o tecto de 435 mil milhões de libras, tal como as compras de dívida das empresas, que ficam em 10 mil milhões de libras. Tanto a decisão de manutenção dos juros como a de manutenção do programa de compra de activos foram unânimes no comité de política monetária, com uma votação de 9-0.
A autoridade monetária liderada por Mark Carney sinalizou ainda que a recente subida da libra poderá significar um crescimento menos expressivo da inflação do que anteriormente previsto.
O comité de política monetária acredita que o crescimento do PIB vai abrandar em 2017 com os gastos dos consumidores a caírem e a incerteza em torno do Brexit a penalizar a economia. O Banco de Inglaterra antecipa um crescimento de 0,4% no último trimestre deste ano depois do avanço de 0,5% nos três meses até Setembro.
A decisão do Banco de Inglaterra é conhecido depois de o Banco Central Europeu ter prolongado até Dezembro de 2017 o seu programa de compra de activos, na passada quinta-feira, e de a Fed ter anunciado ontem uma subida dos juros para o intervalo de 0,5% a 0,75%.
Esta quinta-feira, o banco central do Reino Unido publicou ainda uma carta de Mark Carney ao ministro das Finanças Philip Hammond sobre a recente subida da inflação. A missiva cita a análise do banco central sobre a recente apreciação da libra nos preços, acrescentando, contudo, que a moeda permanece "mais fraca do que nos últimos anos". A taxa de inflação no país subiu para 1,2% em Novembro, e o Banco de Inglaterra antecipa que atingirá 2,75% em 2018.
Em resposta, Hammond garantiu que o compromisso do Governo com a independência e o mandato operacional do Banco de Inglaterra permanece "absoluto", depois das críticas de que a instituição foi alvo durante a campanha para o referendo.