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"A inflação na zona euro não vai ser tão transitória como esperado", admite vice-presidente do BCE

A persistência na crise das cadeias de abastecimento e a constante subida dos preços da energia levaram Luis de Guindos a constatar que a inflação na Zona Euro "não é transitória", como estimava o BCE.

Luis de Guindos, Vice-presidente do BCE
Odd Andersen/Reuters
13 de Janeiro de 2022 às 14:40
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O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, decidiu falar esta quinta-feira sobre o "elefante na sala" e foi claro: "[afinal] a inflação na zona euro não é tão transitória, como estimavam as previsões há uns meses", avançou o número dois de Christine Lagarde, durante um evento promovido pelo banco suíço UBS.

No entanto, o vice-presidente do BCE fez questão de justificar que esta afirmação não é um passo atrás, mas sim uma constatação das mudanças das circunstâncias.

"As razões para esta alteração são simples: os constrangimentos nas cadeias de abastecimento são mais persistentes do que esperávamos, para além de que os custos energéticos vão continuar bastante elevados", argumentou Luis de Guindos.

Apesar de tudo, o economista espanhol salientou que as previsões sobre a inflação na zona euro neste ano e em 2023 e 2024 ainda se mantém "em cima da mesa".

Em novembro, a inflação anual na zona euro atingiu 4,9%, a taxa mais elevada desde o início da série, em 1997, de acordo com os dados do Eurostat. O BCE prevê que os preços aumentem em média 3,2% este ano, e 1,8% em 2023 e 2024.

Em meados de dezembro, pouco tempo depois do homólogo norte-americano Jerome Powell ter admitido também que a inflação "não é transitória", Christine Lagarde explicou, durante a apresentação da estratégia do banco central para 2022, que quer ter margem de manobra para ajustar a compra de dívida consoante a evolução da pandemia e da retoma.

"A flexibilidade vai manter-se como um elemento da política monetária. Dada a incerteza, queremos ter o máximo de flexibilidade e de escolhas que possamos ter", afirmou na altura Lagarde.

O BCE anunciou que, no primeiro trimestre de 2022, vai conduzir compras líquidas no âmbito do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) a um ritmo mais lento do que no trimestre anterior. Quanto às taxas de juro, a antiga ministra das Finanças francesa deu sinais de que tal ainda não acontecerá este ano, aumentando o diferencial face aos bancos centrais dos EUA e Reino Unido.

O governador belga Pierre Wunsch -- que é um dos membros "falcão" do Conselho de Governadores" considera que o BCE "poderia ficar para trás face aos restantes bancos centrais na luta contra a inflação se não adotar uma política mais restritiva".

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