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Venezuela imprime dinheiro ao ritmo mais elevado em 20 anos

É um sinal de pânico que chega do banco central venezuelano: a impressão de dinheiro está a acontecer ao ritmo mais elevado desde, pelo menos, 1997.

05 de Fevereiro de 2019 às 16:32
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A impressão de dinheiro na Venezuela aumentou 31% na semana terminada a 25 de janeiro, de acordo com dados do banco central da Venezuela citados pela Bloomberg.

Este aumento na emissão de dinheiro torna o atual ritmo o maior desde, pelo menos, 1997. Esta pressa em imprimir dinheiro poderá indicar que o Governo quer responder à ameaça externa com um aumento dos gastos públicos. 


Face aos protestos internos e às sanções exteriores, o Executivo liderado por Nicolas Maduro deverá apostar na aceleração da despesa como estratégia para impedir a queda do regime. Isto depois de a maior parte da comunidade internacional se ter colocado ao lado de Juan Guaidó, o presidente da Assembleia Nacional que se compromete a marcar eleições. A emissão de dinheiro por parte do banco central, através da ordem do Governo, tem sido um dos fatores que tem levado a inflação da Venezuela a valores astronómicos: mais de 1.000.000% até ao final de 2018, segundo o Fundo Monetário Internacional. Ao mesmo tempo, as exportações de petróleo têm descido assim como a própria cotação do barril. 

Esta desvalorização do bolívar venezuelano - entretanto substituído pelo bolívar soberano - traduz-se numa perda de poder de compra dos cidadãos.

Desde agosto de 2018 que está em vigor uma estratégia do Governo para combater o ambiente de hiperinflação e a troca de divisas no mercado negro. A meta é estabilizar a taxa de câmbio nos 3.773,7 bolívar soberanos por um euro.

Segundo um comunicado do banco central, este mesmo irá injetar ou retirar o dinheiro suficiente para manter a meta da taxa de câmbio. Além disso, o sistema do mercado cambial ficará aberto de segunda a sexta-feira. 

Atualmente, o euro é a divisa que serve de referência para a conversão do bolívar venezuelano. O abandono do dólar aconteceu no verão do ano passado na sequência das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos. 

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