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Guaidó vai "fazer os possíveis" para salvaguardar comunidade portuguesa na Venezuela
Em entrevista à RTP, Juan Guaidó admitiu que a realização de eleições verdadeiramente livres na Venezuela pode demorar entre cinco a 12 meses, mas não revelou se será candidato.
Em entrevista à RTP, citada pela Lusa, Juan Guaidó disse que só uma mudança de regime pode garantir a segurança da comunidade portuguesa de cerca de 300 mil na Venezuela.
Juan Guaidó lembrou que a "situação na Venezuela é muito crítica e a questão humanitária muito grave".
"Na Venezuela houve 700 mil mortos em 15 anos. Caracas é a capital mais violenta do mundo. […]. Imagine a soberba que alguém tem de ter para ameaçar, de uma forma xenófoba, um setor da população, quando um país legítimo reconhece a nossa Constituição, o nosso respeito pelos direitos humanos", disse.
"Uma vez que termine a usurpação, haverá a inscrição de novos eleitores e as auditorias pertinentes, a criação de um novo conselho eleitoral, o que pode ser entre cinco a 12 meses, ou seis a nove meses, dependendo da celeridade com que consigamos a estabilidade do país e ajuda humanitária", adiantou.
Quando questionado sobre se vai ser candidato às eleições presidenciais, Juan Guaidó disse que ainda é prematura fazê-lo neste momento.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconhece Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.