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UE condena uso de violência na entrada de ajuda humanitária na Venezuela
A chegada de ajuda humanitária à Venezuela tem sido marcado por atos violentos. Na fronteira Colômbia há registos de camiões incendiados.
A União Europeia (UE) pediu este domingo, 24 de fevereiro, moderação às forças de segurança venezuelanas, e que evitem o uso de força, na entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
"Fazemos um forte apelo aos organismos de segurança de cumprimento da lei para que mostrem moderação, evitem o uso da força e permitam a entrada de ajuda", referiu a alta representante da UE para a política externa, Federica Mogherini, em comunicado.
Repudiando "o uso de grupos armados para intimidar civis e legisladores", a UE apelou ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que "reconheça a emergência humanitária" dada a escalada de tensão no país.
Federica Mogherini recordou que, entre 2018 e 2019, a União Europeia se comprometeu a dar mais de 60 milhões de euros em ajuda humanitária e apoio ao desenvolvimento na Venezuela para "aliviar o sofrimento dos mais vulneráveis".
No sábado, as forças leais a Nicolás Maduro impediram a entrada no país de ajuda humanitária, parte da qual enviada pelos Estados Unidos, pelas fronteiras terrestres com a Colômbia e o Brasil.
O dia ficou marcado por atos violentos na chegada da ajuda humanitária, com camiões incendiados na fronteira com a Colômbia e outros a regressar ao Brasil, registando-se pelo menos quatro mortos em confrontos e 285 feridos, e deserções entre as forças venezuelanas.
A entrada da ajuda humanitária tinha sido convocada por Juan Guaidó, líder do parlamento venezuelano e o autoproclamado Presidente interino da Venezuela.
Na rede social Twitter, Juan Guaidó anunciou no sábado que vai pedir formalmente à comunidade internacional que mantenha "abertas todas as opções para conseguir a libertação" do país.
"Os acontecimentos de hoje [sábado] obrigam-me a tomar uma decisão: propor formalmente à comunidade internacional que devemos manter abertas todas as opções para conseguir a libertação desta Pátria que luta e que continuará a lutar. A esperança nasceu para não morrer, Venezuela!", escreveu Guaidó na sua conta oficial no Twitter.
Segundo dados da ONU, a grave crise económica e social que afeta a Venezuela levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015.
Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes, incluindo cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.