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AIE: Sanções dos EUA à Venezuela não deverão impulsionar preços do petróleo
A Agência Internacional de Energia acredita que os mercados de petróleo têm capacidade para ajustar os níveis de produção às necessidades, pelo que as sanções à Venezuela não deverão ser fonte de disrupção.
A Agência Internacional de Energia (AIE) não prevê alterações significativas aos preços do petróleo decorrentes das sanções aplicadas pelos Estados Unidos sobre a Venezuela.
"Os preços de referência mal sofreram alterações desde o anúncio das sanções. Isto acontece porque, em termos das quantidades de petróleo, os mercados podem ajustar-se face a desvios logísticos iniciais", escreve a AIE, num relatório publicado esta terça-feira, 12 de fevereiro.
Os preços do barril de Brent, referência para a Europa, seguem esta quarta-feira a subir 1,60% para 63,42 dólares, tendo já tocado um máximo de 7 de dezembro durante a sessão. É a segunda sessão consecutiva na qual o petróleo segue a cotar no verde, depois da Arábia Saudita ter anunciado um aumento dos cortes de produção e, também, animado pelo anúncio de Trump de que está disposto a adiar o prazo agendado para aplicar novas sanções à China – aliviando receios de uma diminuição na procura decorrente do abrandamento económico destas duas grandes potências.
A administração de Trump impôs sanções sobre o petróleo venezuelano no final do mês passado, numa tentativa de enfraquecer o presidente Nicolas Maduro, ao retirar-lhe as receitas do "ouro negro" que o ajudam a manter-se no poder. Os Estados Unidos apoiam o opositor, que recentemente se autoproclamou presidente da Venezuela, Juan Guaidó. Este país latino está, de momento, a atravessar uma das maiores crises humanitárias do ocidente de que há registo na história recente.
"A imposição de sanções da parte dos Estados Unidos contra a petrolífera estatal venezuelana, a Petroleos de Venezuela (PDVSA) serve de lembrete da enorme importância que o petróleo tem em eventos políticos", reconheceu, ainda, a AIE no mesmo relatório.