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Turquia suspende convenção europeia dos direitos humanos
A Turquia segue um procedimento que já foi adoptado também pela França na sequência dos atentados de Paris. O vice-primeiro ministro diz que o estado de emergência pode ser alargado até ano e meio.
O Governo turco anunciou que vai suspender a aplicação da Convenção Europeia dos Direitos Humanos no país, na sequência do estado de emergência de três meses decretado ontem após o golpe de Estado falhado da última sexta-feira.
A suspensão da convenção, durante o mesmo período de três meses do estado de emergência, foi anunciada esta quinta-feira, 21 de Julho, pelo vice-primeiro-ministro Numan Kurtulmus, e segue o procedimento que também a França adoptou quando instaurou o estado de emergência após os atentados de Paris em Novembro.
Segundo aquele governante, a suspensão sob determinadas circunstâncias é possível ao abrigo do artigo 15.º da convenção. Aquela disposição estabelece que tal faculdade pode ser activada em caso de "guerra ou outra emergência pública que ameace a vida da nação", mas deve "estritamente" ser usada para fazer face às exigências da situação e não deve ser "inconsistente com outras obrigações perante a lei internacional".
A suspensão não pode assim pôr em causa o direito à vida – que só pode ser questionado quando há actos de guerra envolvidos -, ou legitimar a tortura, a escravatura ou o trabalho forçado. O secretário-geral do Conselho da Europa tem de ser plenamente informado das medidas tomadas no âmbito a suspensão e do regresso à normalidade, estabelece o texto da convenção.