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Trump: “Nós já perdemos a guerra comercial”
Em entrevista à rádio 77 WABC, Trump afirmou que a imposição de tarifas vai provocar "algum sofrimento", mas que os EUA vão ficar melhor depois disso.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta sexta-feira, 6 de Abril, que os Estados Unidos já perderam a guerra comercial e que, ainda que as tarifas propostas possam provocar "algum sofrimento", o país ficará melhor no longo prazo.
"Nós já perdemos a guerra comercial. Não temos uma guerra comercial, já a perdemos", afirmou o líder da Casa Branca numa entrevista à rádio 77 WABC, citada pela Reuters.
"Não estou a dizer que não haverá algum sofrimento, mas o mercado subiu 40%, 42%, e podemos perder um pouco disso. Mas seremos um país muito mais forte depois", acrescentou Trump.
O presidente dos Estados Unidos reiterou assim a ideia que já havia transmitido há dois dias no Twitter, quando escreveu que o país não está em guerra com a China, porque essa guerra "já foi perdida há muitos anos pelas pessoas tolas e incompetentes que representaram os Estados Unidos".
"Agora temos um défice de 500 mil milhões de dólares por ano, e um roubo de propriedade intelectual de outros 300 mil milhões. Não podemos deixar que isto continue", acrescentou.
We are not in a trade war with China, that war was lost many years ago by the foolish, or incompetent, people who represented the U.S. Now we have a Trade Deficit of $500 Billion a year, with Intellectual Property Theft of another $300 Billion. We cannot let this continue!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de abril de 2018
As declarações de Trump à rádio surgem poucas horas depois de ter sido noticiado que, ontem à noite, o líder da Casa Branca perguntou à representação dos EUA para o comércio internacional (USTR, na sigla em inglês) se a imposição de mais tarifas sobre importações no valor de 100 mil milhões de dólares (81,6 mil milhões de euros) seria apropriada e, se assim for, que se identifiquem os produtos a serem taxados.
Este anúncio, mais um episódio da guerra comercial entre os dois países, surge como um contra-ataque à China, que declarou a imposição de taxas alfandegárias a produtos norte-americanos, num valor aproximado de 50 mil milhões de dólares (41 mil milhões de euros).