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Trump Jr revela email em que lhe foi oferecida informação do Kremlin contra Clinton

O filho do presidente americano publicou no Twitter a corrente de emails em que um antigo parceiro russo de negócios de Donald Trump se disponibiliza para fornecer informação "sensível", proveniente do Kremlin, que poderia prejudicar a campanha de Hillary Clinton.

Reuters
11 de Julho de 2017 às 16:33
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O filho do presidente americano publicou no Twitter o email em que um antigo parceiro russo de negócios de Donald Trump se disponibiliza para fornecer informação "sensível" que poderia prejudicar a campanha presidencial de Hillary Clinton. Instado pelo New York Times, que estava na posse da corrente de emails trocados entre o filho de Donald Trump e um antigo associado do seu pai, Trump Jr. decidiu antecipar-se ao jornal norte-americano divulgando, ele próprio, o conteúdo dessas mensagens de correio electrónico em que lhe são oferecidos dados vindos do Kremlin.

Trump Jr. publicou esta terça-feira, 11 de Julho, no Twitter a corrente de emails que resultou num encontro entre o filho mais velho do presidente e uma advogada russa, reunião que tinha o propósito de providenciar informações comprometedoras para a candidata presidencial democrata.

 

Num email titulado "Rússia-Clinton – privado e confidencial", um intermediário, que o New York Times diz ser da confiança da equipa de campanha de Trump, faz referência a informação "de alto nível e sensível" que resulta "do apoio da Rússia e do seu governo ao senhor Trump". 

A resposta de Trump Jr foi pronta e não denunciou qualquer surpresa face à oferta feita pelo referido intermediário nem relativamente ao eventual envolvimento do Kremlin na campanha presidencial norte-americana.

 



Após uma troca de vários emails, quatro dias depois o intermediário russo envia um novo email em que propõe um encontro, a realizar em Nova Iorque, com "uma advogada do governo russo". Ao que o filho de Trump assente dizendo que levaria consigo ao encontro o seu cunhado, Jared Kushner, actualmente membro da administração americana, e Paul Manafort, o chefe da campanha de Trump.
A reunião seria concretizada no dia 9 de Junho do ano passado, tal como confirmou ontem Trump Jr, já depois de o New York Times ter reportado que o primogénito de Donald Trump se havia reunido com a advogada Natalia Veselnitskaya.

 

"As suas afirmações foram vagas, ambíguas e não faziam sentido. Não foram fornecidos nenhuns detalhes que sustentassem as alegações. Rapidamente ficou claro que ela não possuía qualquer informação relevante", explicou esta segunda-feira Trump Jr.

 

Esta terça-feira o New York Times voltou à carga denunciando que Trump Jr tivera conhecimento de que a informação que lhe fora oferecida teria como proveniência o próprio Kremlin. E, segundo reportou o jornalista da CNN, Brian Stelter, posteriormente o New York Times pediu comentários a Trump Jr ao conteúdo do conjunto de emails em causa antes de os noticiar. Foi então que o filho do presidente decidiu ele próprio divulgar publicamente o conteúdo dos emails em causa. 

No início deste ano, Trump Jr garantiu nunca ter participado em qualquer encontro com russos com o objective de interferer no resultado das presidenciais americanas, que tiveram lugar em 8 de Novembro de 2016.

 

Já depois de o New York Times ter noticiado a reunião com a advogada russa Veselnitskaya, o filho mais velho de Trump disse que nessa ocasião apenas discutira as políticas restritivas que dificultam a adopção de crianças russas por famílias americanas. Entretanto admitiu que participou nesse encontro porque lhe fora oferecida informação prejudicial para Clinton.

 

Indesmentível é que a Wikileaks publicou um conjunto de emails do Comité Nacional Democrata pouco depois do encontro entre Trump Jr e a advogada russa, e que denunciavam práticas em que o Partido Democrata terá tentado prejudicar o principal rival de Clinton, Bernie Sanders, nas primárias democratas.

 

A respeito dessa divulgação pela Wikileaks, os principais serviços de informação norte-americanos – públicos e privados – concluíram que as autoridades russas interferiram nas eleições americanas para beneficiar de Trump.

Depois de Donald Trump se ter encontrado pessoalmente, pela primeira vez, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante a cimeira do G20 que decorreu, na semana passada, em Hamburgo, o presidente russo declarou que o governante americano ficou convencido com os argumentados por si apresentados em que assgura que o Kremlin não intercedeu nas presidenciais americanas.

Apesar de Trump nada ter dito sobre o assunto, a embaixadora dos EUA junto da ONU, Nikki Haley, apresentou posteriormente uma versão diferente em que afiança que Trump fez questão de demonstrar a Putin, "olhos nos olhos", que Washington sabe que Moscovo interveio nas eleições americanas que colocaram o multimilionário nova-iorquino na Casa Branca. 

Recorde-se que as suspeitas de conspiração entre o Kremlin e a equipa de Trump provocou, ainda em Fevereiro, a demissão do Michael Flynn do cargo de conselheiro da administração norte-americana para a Segurança Nacional, depois de confirmado que o general na reforma manteve contactos com responsáveis do Kremlin, entre os quais o embaixador russo junto das Nações Unidas, acerca das sanções americanas aplicadas à Rússia. 

(Notícia actualizada pela última vez às 17:35)

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