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Trump avisa Pequim que não deve retaliar. “Não vai sobrar ninguém na China para fazer negócios”

O líder da Casa Branca diz que as empresas vão sair da China para outros países da Ásia, o que será mau para Pequim, mas muito bom para os Estados Unidos.

EPA
13 de Maio de 2019 às 13:36
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer os seus ataques contra a China, avisando Pequim que não deve responder ao aumento das tarifas norte-americanas, porque a situação "só vai piorar".

Recorrendo mais uma vez ao Twitter, Trump defendeu que os consumidores dos Estados Unidos não estão a ser afetados pelas taxas alfandegárias cobradas sobre uma série de bens chineses, até porque as tarifas podem ser evitadas optando-se por produtos vindos de países não sujeitos a esse encargo ou – melhor ainda, segundo o presidente dos EUA – a produtos fabricados dentro do país.

"Não há motivo para os consumidores dos Estados Unidos pagarem as tarifas", escreveu o líder da Casa Branca. "Isto foi demonstrado recentemente, quando foram pagos apenas 4 pontos pelos EUA e 21 pontos pela China, porque a China subsidia a produção a um nível tão elevado".

E continuou: "As tarifas também podem ser completamente evitadas comprando a um país não sujeito a tarifas, ou comprando o produto dentro dos Estados Unidos (a melhor ideia). Isso é tarifas zero. Muitas empresas sujeitas a tarifas vão sair da China para o Vietname e outros países na Ásia. É por isso que a China quer tanto fazer um acordo".

O presidente dos Estados Unidos sublinhou que essa fuga das empresas – incapazes de exportar de forma competitiva para os Estados Unidos, devido ao encargo adicional das tarifas – será tão generalizada, "que não vai sobrar ninguém na China para fazer negócios".

"Não vai sobrar ninguém na China para fazer negócios. Muito mau para a China, muito bom para os Estados Unidos! Mas a China aproveitou-se dos EUA durante tantos anos, que estão muito à frente (os nossos presidentes não fizeram o seu trabalho). Por isso, a China não deve retaliar – só vai piorar!", ameaçou Donald Trump, noutro tweet na rede social.

Três dias após o fim das negociações entre Washington e Pequim, que não resultaram em qualquer entendimento, Trump culpou a China pelo fracasso, dizendo que o país tinha sobre a mesa um grande acordo, quase completo, mas que virou as costas.

"Digo abertamente ao Presidente Xi e a todos os muitos amigos na China que a China será muito afetada se não fechar um acordo porque as empresas serão forçadas a sair da China para outros países. Demasiado caro comprar à China. Tinham um grande acordo, quase completo, e viraram as costas", referiu Trump.

Na ausência de um acordo entre os dois países, as tarifas de 10% aplicadas sobre 200 mil milhões de dólares de produtos importados da China aumentaram para 25%, na sexta-feira, uma medida a que a China já respondeu depois dos tweets publicados por Trump.

Mas os Estados Unidos poderão não ficar por aqui, e introduzir tarifas sobre todos os bens importados da China, deixando Pequim sem margem para responder na mesma moeda, já que o país compra muito menos produtos aos Estados Unidos do que o contrário.

Ainda assim, segundo os especialistas, Pequim poderá usar outras armas além das tarifas, como a depreciação do yuan, para obter vantagens competitivas, ou o seu estatuto de maior detentora de obrigações do Tesouro dos Estados Unidos para atacar o país, através da venda massiva dessa dívida, que aumentaria os juros norte-americanos.

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