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Trump acredita que EUA-Rússia terão "relação extraordinária"

Antes do início da conversa a sós, o presidente norte-americano mostrou-se esperançoso de que acabará por prevalecer uma "relação extraordinária" entre os Estados Unidos e a Rússia, isto apesar de nos últimos anos o relacionamento bilateral não ser dos melhores.

16 de Julho de 2018 às 13:25
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Fiel ao seu próprio estilo, Donald Trump lamentou a degradação nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia mas mostrou confiança de que o relacionamento bilateral acabará por ser "extraordinário".

"Julgo que temos enormes oportunidades juntos enquanto dois países que na verdade não têm tido uma relação muito boa nos últimos anos. Não estou cá [na Casa Branca] há muito tempo, mas já estou há quase dois anos, e penso que acabaremos por ter uma relação extraordinária", afirmou o presidente dos Estados Unidos antes do início de uma reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin. 

O encontro entre os dois presidentes decorre em Helsínquia, capital da Finlândia - não se trata de uma cimeira bilateral EUA dado que houve apenas uma reunião preparatória -, num momento particularmente sensível na medida em que foi há poucos dias que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou 12 operacionais dos serviços de inteligência da Rússia por crimes relacionados com a intrusão nos Comité Nacional do Partido Democrático e na campanha presidencial de Hillary Clinton. 

Esta manhã, antes do início da conversa com Putin, à qual o presidente russo chegou com cerca de uma hora de atraso, Donald Trump responsabilizou os EUA pela relação degradada com a Rússia, uma afirmação que corresponde ao pensamento do presidente norte-americano que durante a campanha para as eleições de 2016 defendeu que Washington deveria privilegiar uma relação saudável com Moscovo, e não o contrário. 


Trump revelou que falará com Putin "sobre tudo, desde comércio a defesa passando por mísseis, nuclear e China". Nos temas que vão marcar a conversa entre os dois presidentes, Trump não identificou a acção das autoridades russas nas presidenciais norte-americanas nem a alegada conspiração entre membros da sua campanha, entre os quais um dos filhos e o genro, e Moscovo. 

Dirigindo-se a Putin, o líder norte-americano afirmou que o mundo esperar que ambos se entendam. "Somos duas grandes potências nucleares. Temos 90% [da capacidade] nuclear - e isso não é uma coisa boa, é uma coisa má", acrescentou Trump uma vez mais numa narrativa que lhe é habitual.

Já Vladimir Putin, segundo tradução da CNN, mostrou-se "encantado" por se encontrar com Trump, considerando relevante esta conversa numa altura "em que acontece tanta coisa no mundo". Em paralelo a esta conversa, decorre uma conversa entre Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, e o homólogo russo Sergei Lavrov, o primeiro encontro entre ambos desde que Bolton sucedeu a Rex Tillerson na chefia da diplomacia americana.

Esta reunião foi inicialmente proposta em Março por Putin. O The New York Times escreve que Putin quer levar Trump a retirar, ou pelo menos aliviar, as sanções impostas por Washington a Moscovo na sequência da anexação russa da península da Crimeia e das acções desestabilizadoras no leste da Ucrânia (Donbass). 

Trump chega a este encontro na capital finlandesa ao cabo de uma semana na Europa marcada por declarações polémicas. Depois de ter deixado os parceiros da NATO de cabelos em pé ao exigir o reforço do financiamento da organização atlântica para 4% do PIB, e já não os 2% previstos, Trump criticou a forma como a primeira-ministra britânica, Theresa May, está a gerir o processo do Brexit, disse que o seu ex-ministro dos Estrangeiros, Boris Johnson, daria um bom chefe para o governo do Reino Unido, terminando este domingo com a afirmação de que a União Europeia é um "inimigo" dos EUA no que ao comércio diz respeito. 

(Notícia actualizada às 13:35)

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