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Trump acredita que EUA-Rússia terão "relação extraordinária"
Antes do início da conversa a sós, o presidente norte-americano mostrou-se esperançoso de que acabará por prevalecer uma "relação extraordinária" entre os Estados Unidos e a Rússia, isto apesar de nos últimos anos o relacionamento bilateral não ser dos melhores.
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"Julgo que temos enormes oportunidades juntos enquanto dois países que na verdade não têm tido uma relação muito boa nos últimos anos. Não estou cá [na Casa Branca] há muito tempo, mas já estou há quase dois anos, e penso que acabaremos por ter uma relação extraordinária", afirmou o presidente dos Estados Unidos antes do início de uma reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin.
President Trump & President Putin at the Presidential Palace in Helsinki, Finland. #HELSINKI2018 pic.twitter.com/ntdW0qsRej
— Dan Scavino Jr. (@Scavino45) 16 de julho de 2018
Esta manhã, antes do início da conversa com Putin, à qual o presidente russo chegou com cerca de uma hora de atraso, Donald Trump responsabilizou os EUA pela relação degradada com a Rússia, uma afirmação que corresponde ao pensamento do presidente norte-americano que durante a campanha para as eleições de 2016 defendeu que Washington deveria privilegiar uma relação saudável com Moscovo, e não o contrário.
Trump revelou que falará com Putin "sobre tudo, desde comércio a defesa passando por mísseis, nuclear e China". Nos temas que vão marcar a conversa entre os dois presidentes, Trump não identificou a acção das autoridades russas nas presidenciais norte-americanas nem a alegada conspiração entre membros da sua campanha, entre os quais um dos filhos e o genro, e Moscovo.
Dirigindo-se a Putin, o líder norte-americano afirmou que o mundo esperar que ambos se entendam. "Somos duas grandes potências nucleares. Temos 90% [da capacidade] nuclear - e isso não é uma coisa boa, é uma coisa má", acrescentou Trump uma vez mais numa narrativa que lhe é habitual.
Já Vladimir Putin, segundo tradução da CNN, mostrou-se "encantado" por se encontrar com Trump, considerando relevante esta conversa numa altura "em que acontece tanta coisa no mundo". Em paralelo a esta conversa, decorre uma conversa entre Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, e o homólogo russo Sergei Lavrov, o primeiro encontro entre ambos desde que Bolton sucedeu a Rex Tillerson na chefia da diplomacia americana.
Esta reunião foi inicialmente proposta em Março por Putin. O The New York Times escreve que Putin quer levar Trump a retirar, ou pelo menos aliviar, as sanções impostas por Washington a Moscovo na sequência da anexação russa da península da Crimeia e das acções desestabilizadoras no leste da Ucrânia (Donbass).
Trump chega a este encontro na capital finlandesa ao cabo de uma semana na Europa marcada por declarações polémicas. Depois de ter deixado os parceiros da NATO de cabelos em pé ao exigir o reforço do financiamento da organização atlântica para 4% do PIB, e já não os 2% previstos, Trump criticou a forma como a primeira-ministra britânica, Theresa May, está a gerir o processo do Brexit, disse que o seu ex-ministro dos Estrangeiros, Boris Johnson, daria um bom chefe para o governo do Reino Unido, terminando este domingo com a afirmação de que a União Europeia é um "inimigo" dos EUA no que ao comércio diz respeito.
(Notícia actualizada às 13:35)