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UE pede cooperação dos EUA, Rússia e China para travar guerra comercial

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou hoje ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Rússia e à China para que cooperem com a Europa a fim de evitar uma guerra comercial.

EPA
16 de Julho de 2018 às 07:52
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"Estamos todos conscientes do facto de que a arquitectura do mundo está a mudar diante dos nossos olhos e é nossa responsabilidade comum tornar esta mudança para melhor", afirmou Donald Tusk, em Pequim, na abertura da 20.ª cimeira anual China-UE.

 

Estas declarações foram feitas poucas horas antes do encontro entre Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, que se realiza na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia.

 

Na semana passada, Tusk recriminou as críticas de Trump aos aliados europeus, instando-o a lembrar-se de quem são os seus amigos quando reunir com Putin.

 

Em Pequim, Tusk afirmou que a Europa, China, EUA e Rússia têm a "obrigação comum" de não destruir a ordem global, mas antes melhorá-la, ao reformar as regras internacionais de comércio.

 

"Por isso apelo aos meus anfitriões chineses, mas também aos presidentes Trump e Putin, que comecemos em conjunto este processo a partir de uma ampla reforma da OMC [Organização Mundial do Comércio]", afirmou.

 

"Ainda vamos a tempo de evitar o conflito e o caos", acrescentou.

 

A cimeira anual China-UE ocorre numa altura em que entram em vigor nos EUA taxas alfandegárias sobre 34.000 milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que Washington considera serem "tácticas predatórias" por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico.

 

A China retaliou com um aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

 

Trump impôs também taxas sobre o aço e alumínio importados da UE, que retaliou com taxas sobre um total de 3,25 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA.

 

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, prometeu que a China vai continuar o processo de abertura da sua economia aos investimentos e exportações europeias.

 

"A China aumentará de forma significativa o acesso ao seu mercado e reduzirá as taxas alfandegárias" sobre produtos necessários aos seus consumidores e empresas, disse Li, numa conferência de imprensa.

 

Pequim e Bruxelas avançaram para uma "nova fase" nas negociações de um tratado bilateral de investimentos, que se desenvolvem há já quatro anos, afirmou.

 

Li Keqiang apoiou ainda os esforços para actualizar as regras da OMC, que Washington considera estarem desactualizadas e complexas.

 

Questionado se a China usou a cimeira de hoje para forjar uma aliança com a UE contra as políticas comerciais de Trump, o primeiro-ministro chinês afirmou que as disputas com Washington são uma questão bilateral.

"A nossa cimeira não é dirigida a um terceiro país", disse.

 

A China tem tentado recrutar o apoio da UE para fazer frente às políticas comerciais dos EUA, mas há muito que os governos europeus partilham das mesmas queixas de Trump em relação a Pequim, nomeadamente a falta de acesso a vários sectores da economia chinesa.

 

"Nós partilhamos das mesmas preocupações que os EUA. Mas há formas melhores e menos arriscadas de lidar com os problemas", afirmou na semana passada Mats Harborn, presidente da Câmara de Comércio da UE na China.

 

Em 2017, a UE registou um défice de 176.000 milhões de euros nas trocas comerciais com a China.

 

"Pensamos que a China se pode abrir ainda mais", disse Juncker, reafirmando o desejo da UE de que o país asiático melhore ainda mais as oportunidades para as firmas estrangeiras.

 

Um relatório recente da UE afirmou que Pequim impôs mais obstáculos às importações e investimentos, em 2017, do que qualquer outro governo.

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