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Primeiro-ministro australiano promete “atirar ao chão” Vladimir Putin

Na véspera da cimeira que reúne as 20 maiores potências económicas mundiais, os primeiros-ministros da Austrália e do Reino Unido fizeram duras críticas a Vladimir Putin que acusam de tentar reeditar os feitos da antiga União Soviética. Ambos acusam Putin de estar a fazer “bullying” com a Ucrânia.

Bloomberg
14 de Novembro de 2014 às 13:28
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As palavras do primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que antecipam a recepção a Vladimir Putin, presidente russo, no âmbito da cimeira do G-20, não foram nada calorosas. Antes pelo contrário. Abbott garantiu que terá uma atitude dura para com o líder russo, tendo mesmo prometido "atirar ao chão" Putin, fazendo referência a uma jogada, bastante agressiva, típica do futebol australiano – "shirtfront".

 

Apesar de o encontro, em Brisbane, dos líderes das maiores 20 potências económicas mundiais só se iniciar este sábado, prolongando-se até domingo, Tony Abbott, acompanhado pelo primeiro-ministro britânico David Cameron, em Camberra, sustentou que com a sua atitude autoritária, Putin parece querer "recriar as velhas glórias do czarismo e da União Soviética".

 

O Financial Times escreve que para adensar o clima internacional de alguma forma semelhante ao da Guerra Fria, Vladimir Putin ordenou que uma frota de quatro navios militares russos se dirigisse até próximo da costa de Queensland, a cerca de 100 km de Brisbane, cidade que acolherá o encontro dos representantes das maiores economias mundiais.

 

Possivelmente acossado por esta decisão do Kremlin, o governante australiano notou que este tipo de comportamento "assertivo" por parte da Rússia se enquadra perfeitamente naquilo que designou de prática de "bullying" que Moscovo tem prosseguido em relação à Ucrânia.

 

Tony Abbott criticou também a detecção de aviões militares russos a sobrevoar o espaço aéreo japonês, algo que sucede já depois de a força aérea russa ter sido detectada a sobrevoar zonas económicas exclusivas do oceano Atlântico. Esta quinta-feira, as autoridades norte-americanas revelavam que, nos últimos meses, a Rússia tem realizado um número crescente de voos junto à costa da América do Norte.

 

"A Rússia teria muito mais a ganhar se aspirasse a ser uma potência pela paz, liberdade e prosperidade", sublinhou Abbott. Recorde-se que o avião da Malaysian Airlines presumivelmente atingido pelas forças separatistas ucranianas transportava 28 cidadãos australianos, facto que poderá também contribuir para o ambiente tenso que aguarda Putin em solo australiano.

 

Cameron acusa Putin de "bullying" e ameaça com mais sanções económicas

 

David Cameron, num discurso feito esta sexta-feira no parlamento australiano, lamentou que "alguns países, simplesmente, não pareçam feitos para a democracia", numa clara alusão a Moscovo.

 

Cameron também enveredou pela comparação com a prática de "bullying" ao referir-se à actuação moscovita nas regiões do leste da Ucrânia, que classifica de "inaceitável", isto numa altura em que a NATO afiança que nos últimos quatro dias se tem assistido à continuada entrada de forças militares russas em solo ucraniano.

 

"É um país grande a fazer 'bullying' a um país pequeno na Europa. E nós já vimos as consequências deste tipo de acções no passado. Devíamos aprender as lições da história e fazer com que não se repitam", insistiu o líder inglês.

 

A reunião do G-20 que começa amanhã pretende discutir quais as formas para alcançar o crescimento económico, num momento em que a economia global se encontra em claro arrefecimento, também provocado pelas tensões geopolíticas internacionais como é o caso da crise na Ucrânia e do Estado Islâmico.

 

A penalizar as trocas comerciais mundiais está também a guerra de sanções entre Moscovo e o ocidente, na sequência das acções russas na Ucrânia. Washington alertava esta semana para a possibilidade de um agravar das penalizações económicas contra o Kremlin, isto já depois de Angela Merkel, chanceler alemã, ter admitido isso mesmo na semana passada.

 

Cameron avisou esta manhã que "se a Rússia continuar a piorar a situação, nós poderemos aumentar as sanções". "Tão simples como isso", atirou o líder britânico. A reunião deste sábado e domingo dificilmente poderá passar ao lado das questões geopolíticas que poderão, mesmo numa altura de abrandamento da economia global, concentrar mais atenções do que as questões puramente económicas. 

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