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Putin acusa NATO de construir novos muros de Berlim

Depois de se mostrar optimista em relação à saída da crise, o presidente da Rússia reagiu de forma agressiva a perguntas sobre política externa. "O urso deve poder estar descansado a comer mel", defendeu Vladimir Putin.

Maxim Zmeyev/Reuters
18 de Dezembro de 2014 às 11:15
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Na sua conferência anual, Vladimir Putin teve palavras duras para a NATO. Em resposta a uma pergunta sobre o desenvolvimento de um mundo dividido, o presidente russo argumentou que estão actualmente a ser construídos novos muros de Berlim. "Não é a NATO um muro virtual?", questionou. "Queremos que os nossos parceiros percebam que o melhor [caminho] é parar de construir esses muros e construir um espaço humanitário unido."

 

A conferência de imprensa arrancou com uma tentativa de desdramatizar a crise russa e queda do rublo. Putin argumentou que a crise é provocada por factores externos, mas reconheceu que a economia tem de fazer um esforço maior para se reformar. "A recuperação é inevitável. A nossa economia vai superar esta situação. No pior dos casos, demorará dois anos", afirmou. "Temos de dar mais garantias de propriedade privada e deixar de perseguir pessoas através de agências oficiais."

 

Disse também que o banco central estava a agir bem e defendeu que a instituição não deve

A recuperação é inevitável. A nossa economia vai superar esta situação. No pior dos casos, demorará dois anos.
 
Vladimir Putin

desperdiçar reservas em moeda estrangeira para defender o rublo. O governo russo também não tem planos para introduzir controlos de capital.

 

À medida que a conferência foi avançando para uma vertente mais de política externa, Putin tornou-se mais assertivo. Além das acusações à NATO, criticou também Kiev pela sua actuação durante a guerra civil na Ucrânia, não revelando, contudo, se Moscovo enviou tropas para combater no país vizinho. "[O conflito] deve ser resolvido com medidas políticas, não com pressão de uma bloqueio económico ou a utilização de forças armadas."

 

Em relação à crise ucraniana, o presidente russo comparou a posição russa a um urso. "O urso deve poder estar descansado a comer mel e não perseguir porcos na floresta", acusou, acrescentando que o Ocidente tenta acorrentar e serrar os dentes ao urso. "Queremos que o urso se torne num peluche?" Putin disse ainda que 25% a 30% da crise russa se deve às sanções colocadas no terreno pela União Europeia e os Estados Unidos.

 

A conferência de imprensa anual é organizada numa altura de profunda crise na Rússia, muito prejudicada pela descida significativa do preço do petróleo, deixando o rublo em queda-livre. 

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