Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Paris ameaça com "reacção de força" na Síria, se massacre com armas químicas for verdade

A França quer "uma reacção de força" caso se confirme o massacre com armas químicas na Síria, disse esta quinta-feira o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, excluindo, no entanto, o envio de tropas para o terreno.

22 de Agosto de 2013 às 10:00
  • 14
  • ...

"Se for verdade, a posição da França é a de que deve haver uma reacção", disse Laurent Fabius, em declarações à BFM-TV. O chefe da diplomacia francesa considerou, no entanto, "ser impossível" o envio de militares para o terreno.

A Coligação Nacional Síria (CNFROS) denunciou na quarta-feira que pelo menos 1.300 pessoas morreram num ataque com armas químicas realizado pelo exército nos arredores de Damasco, acusações que foram rejeitadas quase de forma imediata pelo regime de Bashar Al Asad.

De acordo com o Governo sírio, estas acusações são "uma tentativa para impedir a comissão de inquérito das Nações Unidas sobre armas químicas de realizar bem a missão".

Os investigadores da ONU chegaram à Síria há vários dias para averiguar sobre a utilização de armas químicas na guerra civil no país. Sem estes documentos, será difícil avaliar um dos pontos que a ministra das Finanças pretendia esclarecer: se existia "informação obtiada sobre contratos de risco financeiros" e qual foi o seu tratamento e encaminhamento".

 

Esta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU foi incapaz de chegar a acordo para pedir formalmente uma investigação ao massacre ocorrido nos arredores de Damasco.

 

"Posso dizer que há uma grande preocupação entre os membros em relação a estas alegações e um sentimento generalizado de que é preciso esclarecer o que aconteceu", disse a representante argentina e actual presidente em funções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, María Cristina Perceval, depois de quase três horas de reunião à porta fechada.

 

Embora tenham dito apoiar a determinação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de pedir una investigação imparcial sobre os acontecimentos, os membros do Conselho não foram capazes de chegar a consenso sobre uma resolução ou declaração presidencial (um documento de menor alcance) para pedir formalmente que se investigue este incidente.

 

Segundo informações de fontes diplomáticas à Efe, a reunião evidenciou novamente a divisão no Conselho de Segurança sobre o conflito sírio, depois de a Rússia e China se terem recusado a apoiar uma acção mais enérgica pelo maior órgão de decisão da ONU.

 

A embaixadora da Argentina disse que "todos" concordaram que a confirmar-se o uso de armas químicas, por qualquer das partes e em qualquer circunstância, seria uma violação do direito internacional, e em pedir um cessar-fogo e o fim das hostilidades.

 

No final da reunião, o embaixador adjunto britânico, Philip Parham, disse que pelo menos 35 países enviaram uma carta, na noite de quarta-feira, ao secretário-geral, Ban Ki-moom, a exigirem a realização de uma investigação, mas não entrou em detalhes sobre quais os países que se opuseram.

 

A Rússia, tradicional aliado do regime sírio e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança que participou nas reuniões e com poder de veto, já havia deixado antever que não facilitaria um movimento do Conselho depois de assegurar desde Moscovo que o ataque foi lançado a partir de posições controladas pelos rebeldes.

 

"Em vez de procurarem a verdade e pedirem a cooperação com os investigadores da ONU, a Rússia e China escolheram mais uma vez proteger um governo que está a massacrar o seu próprio povo", disse depois da reunião do Conselho de Segurança o responsável da organização defensora dos direitos humanos "Human Rights Watch" nas Nações Unidas, Philippe Bolopion.

 

(Notícia actualizada às 10h09)

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio