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Obama não esclarece se vai intervir na Síria e Cameron não descarta uma acção militar

Comunidade internacional ainda não vislumbra fumo branco quanto a uma intervenção militar na Síria. O presidente americano não esclarece se avança sem o apoio do Congresso, mas reconhece que uma “acção limitada é a atitude certa”. Cameron insiste numa acção contra Assad, mesmo sem apoio da ONU.

06 de Setembro de 2013 às 17:03
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Na declaração aos jornalistas, no final da Cimeira do G20, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, reconheceu a “impopularidade” de uma acção militar contra Damasco, especialmente ao fim “de uma década de guerras”, mas sublinhou que a necessidade de responder a Assad “é a atitude correcta” a adoptar.

 

Obama não colocou um ponto final nas dúvidas sobre se a Casa Branca irá avançar com uma operação militar, mesmo que o Congresso vote desfavoravelmente, na próxima segunda-feira, uma “intervenção reduzida e limitada” capaz de atingir o regime vigente. Lembrou ainda que poderá não conseguir “convencer a maioria dos norte-americanos”.

 

Barack Obama garantiu saber que “a luta no Congresso seria difícil”, sublinhando depois que o fez “porque não poderia, honestamente, confirmar a existência de uma ameaça imediata para os Estados Unidos”. A necessidade de “a comunidade internacional escolher as suas batalhas, e esta é uma delas” foi uma das premissas defendidas pelo chefe da Casa Branca que repetiu a importância de resposta aos “ataques contra crianças”.

 

“Mais de 1.400 pessoas foram gaseadas. Mais de 400 eram crianças. Isto não é algo que possamos fabricar. Não estamos a utilizar isto como argumento para uma acção militar. Fui eleito para terminar guerras, não para as iniciar”, atirou de forma contundente.

 

Quem adoptou novamente uma postura mais decidida foi o primeiro-ministro inglês, David Cameron, que defende que mesmo em caso de imobilismo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, por via do poder de veto da Rússia, “uma acção não pode ser posta de parte”.

“Aprendemos alguma coisa com alguns dos genocídios neste mundo e da necessidade de uma linha ser traçada”, defendeu.

 

Ainda na passada quinta-feira, o líder britânico revelou a possibilidade de levar novamente a votação, na Câmara dos Comuns, uma resolução sobre uma operação militar na Síria. No final do G20, em mensagem de cariz doméstico, Cameron fez questão de deixar clara a diferença relativamente à polémica intervenção no Iraque, decidida pelo antigo primeiro-ministro, Tony Blair: “ Não estamos à procura de armas químicas como no Iraque. Sabemos que elas existem”.

 

Seguramente não haverá nenhuma decisão até à próxima semana. O Congresso americano vota uma acção americana na Síria segunda-feira. Obama tem marcada uma declaração ao país para terça-feira. Já repetiu, diversas vezes, que o departamento de Defesa pode garantir uma resposta “efectiva” em qualquer momento.

 

O Reino Unido, que há duas semanas parecia fora da equação, depois de Cameron perder a votação no Parlamento, poderá ser um apoio importante para Washington e também para a França. Pela voz de François Hollande, Presidente francês, Paris anunciou que pretende intervir contra o regime de Assad. Ancara permanece na expectativa, mas defende uma acção contra Damasco.

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