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Congresso dos EUA vota quarta-feira intervenção na Síria

A resolução de Obama só será votada na próxima quarta-feira. Para já, o presidente norte-americano vai tentar convencer os senadores, especialmente os democratas, da importância de uma operação militar na Síria. Hillary Clinton apoia Obama.

09 de Setembro de 2013 às 21:32
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O líder dos senadores democratas, Harry Reid, anunciou que a proposta de resolução sobre a Síria que Barack Obama levou ao Congresso só será votada na próxima quarta-feira, avançou a Reuters esta segunda-feira ao início da noite. Até lá, Obama deverá continuar o processo de persuasão junto dos senadores, especialmente os democratas, a fim de conseguir aprovar uma resolução que prevê uma operação militar “limitada e sem tropas no terreno”. Tal operação deverá ter uma duração de 60 dias ou, no máximo, 90 dias.

 

Entretanto, a antiga secretária de Estado de Obama, Hillary Clinton, veio a público apoiar as pretensões da administração norte-americana. O “The Guardian” refere que Hillary Clinton considera que “está em curso um importante e vigoroso debate no Congresso e em todas as mesas de jantar”. “Este desafio catalisa o tipo de debate que é bom para a nossa democracia”, insistiu. No entender da putativa candidata às próximas presidenciais americanas, as acções de Assad “exigem uma forte resposta da comunidade internacional, que deve ser liderada pelos Estados Unidos”.

 

Esta segunda-feira, os ministros dos negócios Estrangeiros da Rússia e da Síria reuniram-se em Moscovo. Depois desta cimeira bilateral, foi divulgado que a diplomacia russa propôs ao regime de Assad que “entregue as suas armas químicas à supervisão da comunidade internacional”. Sergei Lavrov, ministro russo, garantiu que como consequência desta medida deverá seguir-se a “destruição deste armamento [arsenal químico]”, e revelou aguardar uma “resposta rápida e positiva” das autoridades sírias quanto à proposta apresentada. O regime de Damasco já demonstrou, entretanto, abertura para a proposta russa.

 

A movimentação de Moscovo acaba por se assemelhar a um movimento típico no jogo de xadrez. É uma “jogada” que, parecendo um recuo face às pretensões e interesses de Moscovo, revela-se um movimento de ataque, porque poderá implicar um recuo ainda maior de Washington, que se vê obrigado a analisar esta possibilidade antes de tomar qualquer tipo de decisão. Para já, a votação no Congresso, prevista para esta segunda-feira, foi reagendada para a próxima quarta-feira. Neste hiato de tempo, a Casa Branca e os senadores vêem-se obrigados a avaliar o quão provável é a concretização da sugestão que Moscovo endereçou aos seus aliados de Damasco. Até lá Moscovo e Damasco ganham tempo e, possivelmente, apoio internacional à proposta apresentada.

 

De acordo com a Lusa, o conselheiro-adjunto norte-americano de Segurança Nacional, Tony Blinken, terá dito que os Estados Unidos encaram de forma positiva qualquer plano que leve Damasco a entregar o seu arsenal químico. Tendo avançado que Washington irá analisar “de perto” a proposta russa, não deixou, porém, de expressar o seu cepticismo quanto a esta possibilidade.

 

John Kerry, secretário de Estado norte-americano, que esta segunda-feira de manhã se encontrou com o congénere britânico, William Hague, avisou o regime sírio para “entregar as armas químicas, no prazo de uma semana, se quiser evitar um ataque militar”. Logo depois também se referiu à “improbabilidade” de tal acção ser adoptada por Assad.

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