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Mugabe trocou resignação por imunidade e protecção

O agora ex-presidente do Zimbabwe aceitou demitir-se depois de receber a garantia de que teria imunidade e protecção. Também a mulher de Mugabe assegurou protecções. FMI diz que o Zimbabwe precisa aplicar reformas económicas no imediato.

23 de Novembro de 2017 às 16:11
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Uma das questões que terá levado a que Robert Mugabe tenha demorado quase uma semana a aceitar resignar à presidência do Zimbabwe terá sido a vontade de assegurar imunidade judicial e protecção para continuar a viver no país.

 

Segundo noticia a agência Reuters, as autoridades militares do Zimbabwe aceitaram conceder ao agora ex-presidente do país imunidade e protecção em troca deste se afastar pacificamente do cargo que ocupou durante 37 anos. As garantias são extensíveis a Grace Mugabe, mulher do ditador, alvo de hostilidade e contestação nas ruas.

 

Após praticamente uma semana detido em prisão domiciliária, Mugabe aceitou resignar na terça-feira, justificando a decisão com a necessidade de assegurar uma "tranquila transição de poder" no país.

 

Fonte governamental citada por aquela agência noticiosa, explicou que para Mugabe "era muito importante ter assegurada segurança para continuar a viver no país". Mugabe poderá viajar a sair do território do Zimabwe se assim o entender, adiantou ainda a fonte em declarações prestadas sob a condição de anonimato.

 

Membros do partido no poder (ZANU-PF), de que Mugabe foi expulso no passado fim-de-semana, referiam ao Guardian que Robert e Grace poderão viver em paz no Zimbabwe, com ambos a poderem beneficiar de direitos adquiridos tais como a possibilidade de receberem pensão de reforma.

 

FMI pede reformas económicas

 

Emmerson Mnangagwana – durante muito tempo apontado como mais provável sucessor e recentemente demitido do cargo de primeiro vice-presidente por "actos de traição", que estava fora do Zimbabwe desde 6 de Novembro – actualmente já presidente designado tomará formalmente posse como líder esta sexta-feira, dois dias depois de ter regressado ao país.

 

Mas numa altura em que o processo de transição de poder ganha forma, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou as futuras autoridades da necessidade de adoptarem, com urgência, reformas económicas.

 

O FMI nota que o Zimbabwe precisa implementar o quanto antes profundas reformas estruturais que possibilitem ao país o acesso necessário a ajuda económica internacional.

 

Também citado pela Reuters, o chefe de missão do Fundo para o Zimbabwe, Gene Leon, defendeu que a situação económica do país "continua muito difícil, e que o presidente Emmerson Mnangagwana precisa agir com rapidez. Mnangagwana já prometeu fazer do crescimento económico a sua prioridade e criar "empregos".

Desde 200, a economia do Zimbabwe encolheu para metade do que então valia, sendo que o país não dispõe de moeda própria desde 2009, ano em que o dólar entrou em circulação devido à hiperinflação registada. Desde 1999, o Zimbabwe tem o acesso a financiamento internacional impedido.

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