Notícia
Hungria irá prender quem atravessar a fronteira
A partir da próxima terça-feira, dia 15 de Setembro, as autoridades húngaras vão dificultar ainda mais a entrada no país. A nova legislação prevê penas de prisão até três anos para quem entrar ilegalmente no país.
Apesar das críticas e inquietações que esta nova legislação já está a causar, nomeadamente pela voz de António Guterres, líder do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Budapeste garante que não viola nenhuma norma.
"O artigo 31.º da Convenção estipula claramente que a passagem ilegal de uma fronteira é proibida caso a pessoa seja proveniente de um país onde a sua vida não está em perigo", argumentou o ministro da Justiça, Laszlo Trocsanyi.
"Que tenha conhecimento, na Sérvia não está ameaçada a vida de ninguém", justificou o ministro húngaro. "Registaremos todos aqueles que apresentem o pedido de asilo e de imediato completaremos o processo. Se a decisão for positiva, o refugiado poderá ficar, e se não, será devolvido ao local de onde chegou", anunciou Peter Szijjarto, ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros em declarações ao Novi Magazin, um jornal sérvio.
Com a agravante de crime, as autoridades húngaras deixam de encaminhar os refugiados para centros de registo, de os escoltar para a fronteira austríaca ou de disponibilizar autocarros, e passam a ser directamente levados para centros de detenção.
De acordo com os números avançados pelas autoridades, o país já registou desde Janeiro cerca de 176 mil entradas ilegais no país, a maioria através da Sérvia, e mais de 161 mil pedidos de asilo, apesar de a larga maioria afirmar que pretende alcançar os países da Europa ocidental, em particular a Alemanha. Só na quarta-feira a polícia húngara deteve 3.321 pessoas.
"Segundo dados da Frontex (agência europeia de controlo de fronteiras), chegam mais imigrantes por esta rota que pela mediterrânea. A União Europeia deve tomá-la a sério", alertou Szijjarto.
O Daily Hungary, um jornal húngaro, escreve que o Governo húngaro já alertou para a ocorrência de fortes tensões junto à fronteira durante a próxima terça-feira. Com estas medidas o Governo húngaro afirma acreditar que o elevado fluxo de refugiados estará controlado pela altura do Natal.
Recolocação de 120 mil refugiados
A recolocação das 120 mil pessoas que se encontram na Itália, na Grécia e na Hungria será feita com base em critérios objectivos e quantificáveis (40% da população, 40% do PIB e 10% da taxa de desemprego).
Mecanismo de apoio para toda a União
Criar um mecanismo de solidariedade para ajudar qualquer país da UE com uma situação de crise e de pressão extrema sobre o seu sistema de asilo, na sequência de um afluxo avultado e desproporcionado.
Criar lista de países de origem seguros
Criação de uma lista comum europeia que define quais os países de origem considerados seguros e quais os que entram no critério de admissão ao estatuto de refugiado.
Apostar numa política de regresso
Medidas imediatas e de médio prazo a adoptar pelos Estados-membros para reforçar o regresso voluntário, melhorar a troca de informações e criar um sistema integrado de gestão do regresso.
Dimensão externa do conflito político
Apoiar iniciativas diplomáticas e encontrar soluções políticas para os conflitos na Síria, no Iraque e na Líbia e no combate às redes criminosas de passadores.
Criar fundo de apoio fiduciário para África
Criação de um fundo de emergência para estabilizar a migração irregular africana no valor de 1,8 mil milhões de euros. O fundo visa desenvolver oportunidades socioeconómicas e políticas de migração.