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Rússia reforça apoio ao presidente da Síria
Moscovo recusa-se a comentar a presença militar russa em território sírio, situação que está a deixar o Ocidente em alerta. Alguns analistas acreditam que Putin quer colocar o presidente sírio na aliança de combate ao Estado Islâmico.
O Governo de Putin quer que o presidente da Síria, e seu aliado de longa data, Bashar al-Assad, seja incluído no debate internacional sobre os meios de contenção dos militares do Estado Islâmico que controlam grandes extensões do território sírio. A notícia é avançada pela agência Reuters, que destaca o silêncio de Moscovo quanto ao nível e dimensão da presença militar russa na Síria, uma posição que assusta o Ocidente.
Segundo disseram esta quarta-feira autoridades dos Estados Unidos da América, a Rússia enviou duas embarcações e uma aeronave, tendo destacado uma pequena concentração de forças militares na Síria.
Também fontes libanesas dizem que as forças russas estão a combater na Síria. No entanto, alguns diplomatas dizem que esta não é uma atitude desprovida de interesse político, dado o interesse assumido da Rússia em agendar um encontro entre Vladimir Putin e o presidente dos EUA, Barack Obama.
Apesar de a Casa Branca negar que exista um encontro previsto entre os dois presidentes, esta será a primeira vez em oito anos que Putin se irá deslocar aos Estados Unidos, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Pavel Felgenhauer, analista da área da defesa, alerta para "a pressão russa" e para "um jogo de chantagem" que visa a integração do presidente sírio no combate ao Estado Islâmico. Caso contrário, "Moscovo pode usar as suas forças [na Síria] para outros propósitos".
"Primeiro somos acusados de providenciar armamento ao chamado regime sangrento que tem perseguido os activistas democráticos e agora estamos supostamente a prejudicar o combate ao regime terrorista", defende-se Maria Zakhrova, porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
O Ministério russo para as Emergências alega que tem estado a enviar vários voos de ajuda humanitária para a Síria e ajudado a evacuar pessoas. No entanto, o Ocidente teme que a Rússia esteja a fornecer armamento à Síria.
Alguns diplomatas especulam ainda que a Rússia pode estar a usar a sua relação com a Síria para conseguir cedências do Ocidente num outro conflito: a Ucrânia, escreve a Reuters.