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Amado: "É preciso destruir o Estado islâmico"

Em entrevista ao DN, o ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros defende uma acção militar conjunta para destruir o "cancro", o Estado islâmico, e um plano Marshall para apoiar o desenvolvimento na bacia do Mediterrâneo.

Sofia A. Henriques/Negócios
Negócios 10 de Setembro de 2015 às 10:34
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É inevitável uma intervenção militar internacional para pôr fim ao "cancro" que gerou a crise de refugiados e, em paralelo, preparar a reconstrução e desenvolvimento da Síria mas também dos países da bacia do Mediterrâneo, defende Luís Amado, ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.

Em entrevista do Diário de Notícias, publicada nesta quinta-feira, 10 de Setembro, Luís Amado diz que é preciso uma "acção militar eficaz", articulada entre os aliados da NATO e a Rússia, para "destruir o ‘Estado islâmico’". Ao mesmo tempo, o mundo desenvolvido, em particular a Europa, deve preparar a reconstrução e o desenvolvimento dos países da bacia do Mediterrâneo, no âmbito de uma espécie de Plano Marshall, porque "não há forma de impedir a pressão migratória económica no contexto de uma região que esta dividida entre um lado de crescimento, prosperidade e progresso e outro onde há desemprego, pobreza extrema e atraso", argumenta.


O antigo governante adverte que não há soluções ao virar da esquina. "O problema da desestabilização do Médio Oriente vai ocupar uma ou duas décadas. Serão anos marcados por conflitos e alguma guerra mais séria. Temos de estar preparados. Países como Irão, Arábia Saudita, Turquia e Egipto e outros, que têm processos de renovação política em curso - Iraque, Líbia, Líbano e Síria - vão seguramente agudizar os problemas nos próximos anos. Esta é uma questão de médio/longo prazo, em que haverá conflitos, processos de radicalização muito graves que estabelecerão uma pressão cada vez maior nas fronteiras".

Por ora, diz, a Europa não tem outra solução senão abrir portas aos refugiados, e aí Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, "tem estado bem". "Se promovemos uma agenda de responsabilidade pelas pessoas e depois as deixássemos morrer à nossa porta nunca mais a Europa levantava a cabeça. Temos mesmo de abrir a fronteira". "Mas a pressão a prazo só pode crescer e quanto mais abrirmos a porta mais teremos de a abrir", acrescenta, temendo que o espaço Schengen possa não resistir ao desejo de vários países – designadamente mais a Leste – de retomar o controlo das suas fronteiras. "Vamos ter tensões internas na União Europeia, sobretudo nas sociedades mais atingidas pela pressão migratória, e temos de aprender a conviver, a gerir a situação", acrescenta.

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