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Hollande assume “maior determinação” para actuar na Síria, mas com apoio americano

O Presidente francês assume que “recorrer ao Conselho de Segurança não servirá de nada”, mas reforça que é fundamental o apoio dos Estados Unidos.

03 de Setembro de 2013 às 19:56
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A situação na Síria tem demonstrado como é frágil a aliança internacional em torno do Conselho de Segurança e como os líderes estão reféns de decisões passadas, que acabam por condicionar posições futuras. A legitimidade decisória tem-se esboroado a cada dia que passa. Esta tarde, François Hollande, Presidente francês, surgiu ladeado de Joachim Gauck, Presidente alemão, no seguimento das comemorações dos 50 anos do pacto franco-alemão do Eliseu, e segundo o “Le Fígaro”, declarou que sente ainda maior determinação, para punir o regime de Damasco, depois das ameaças feitas por Assad, numa entrevista, dada na passada segunda-feira, ao mesmo jornal.

 

Todavia, a posição de força assumida por Paris, acabou por esbarrar no anúncio de Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, de que levaria, uma eventual intervenção militar, a discussão e votação no Congresso americano. A pulsão de Hollande, reforçada esta terça-feira, encontra limites nas suas próprias declarações: “A França não pode agir sozinha”, reconheceu. Esta revelação de Hollande confirma a incapacidade militar e financeira para uma operação militar de cariz unilateral, como por exemplo aquela operada recentemente no Mali. Por fim, assumiu que caso o Congresso americano não aprove uma acção militar contra Damasco, então “a França não actuaria sozinha, mas assumiria a sua responsabilidade através do apoio à oposição síria”.

 

Depois de confirmar que as “provas estão aí e ninguém as pode contestar – houve uso de armas químicas” -, aproveitou, ainda, para anunciar que deverá haver, em breve, uma cimeira à escala europeia para discutir este assunto, provavelmente aquando da Cimeira do G20 em São Petersburgo, tendo ainda instado os países europeus a “assumirem as suas responsabilidades”.

 

A chanceler alemã, Angela Merkel, reforçou esta terça-feira, na Câmara Baixa do Parlamento alemão, que a Alemanha tudo fará “para alcançar uma resposta internacional conjunta”, apesar do êxito desta via “não ser muito provável”.

 

O “The Guardian” refere que os dois principais elementos republicanos no Congresso norte-americano apoiam a posição de Obama, que, recorde-se, pretende uma “acção reduzida e limitada” contra Assad, que não passaria pela utilização “de tropas no terreno”. Obama tentará conquistar apoio internacional, à sua posição, na próxima Cimeira do G20, na Rússia. O “Washington Post” noticiou, ao final do dia, que a sondagem feita em parceria com a “ABC News”, revela que quase seis em cada dez americanos se opõem a uma intervenção unilateral desencadeada pelos Estados Unidos contra a Síria. 

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