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Europa impõe novo aperto nas restrições em vésperas de Natal e Ano Novo

Comemorações de Natal e passagem de ano deverão ser mais contidos. Principais países europeus estão a endurecer restrições, depois de o número de novas infeções ter aumentado cerca de 50% no Reino Unido. Aumentam restrições nas fronteiras e apelos à vacinação. França cancela festejos de Ano Novo.

20 de Dezembro de 2021 às 12:15
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Em vésperas de Natal e Ano Novo, a maioria dos países europeus está a apertar restrições para travar o aumento de novos casos de covid-19. Os apelos à vacinação têm-se multiplicado e há países que não descartam agravar restrições, numa semana de decisões críticas que podem atrapalhar os planos para a quadra natalícia.

Com a ómicron a espalhar-se na Europa "à velocidade de um raio" (nas palavras do primeiro-ministro francês), a Europa debate-se com novas restrições. Vários países estão a apertar as restrições nas fronteiras, bem como a exigência de certificados de vacinação, enquanto outros apostam no "confinamento de Natal" para conter os avanços da covid-19.

Reino Unido
É um dos países que está no radar europeu, depois de o número de novas infeções ter aumentado cerca de 50% numa semana para um recorde de 93 mil casos na passada sexta-feira. Depois de ter anunciado no verão o fim "irreversível" das restrições, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vê-se obrigado a dar o dito por não dito.

Os conselheiros científicos avisam que, se nada for feito, o Reino Unido pode ter seis mil mortes diárias por covid-19 nos próximos dias. Em reação a isso, o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid, já avisou que não estão descartadas novas restrições no Natal e que essa é uma hipótese que está a ser estudada e deve ser detalhada nos próximos dias.

Esse eventual agravamento das restrições acontece depois de o país ter avançado, no início de dezembro, com o chamado "Plano B" para controlar a ómicron, onde estavam previstas a recomendação de teletrabalho e a exigência de certificados de vacinação para grandes eventos.

Alemanha
Depois de ter registado um pico de infeções no final de novembro, a Alemanha está a esforçar-se por evitar repetir o cenário com que o Reino Unido está a lidar. Para isso, o novo Governo liderado por Olaf Scholz juntou-se à França e ao Chipre na imposição de uma quarentena obrigatório de 14 dias para quem entre no país vindo do Reino Unido. 

As autoridades alemãs antecipam uma quinta vaga da doença em janeiro e, por isso, o Governo recuperou os planos de emergência e algumas das restrições impostas anteriormente, como a exigência de certificado de vacinação para entrar em restaurantes, cinemas, teatros e museus. Além disso, tem apostado no reforço da vacinação, incluindo em crianças dos cinco aos 11 anos. 

Numa altura em que a vacinação obrigatória tem dominado o debate interno, o novo chanceler alemão mostra-se favorável à medida e espera ter condições para que essa imposição possa avançar já em fevereiro.

França
Além de impor quarentena obrigatória para quem chegue do Reino Unido, a França anunciou o cancelamento das festas de Ano Novo para limitar os contágios. O Governo francês está também a aumentar a pressão para que mais pessoas sejam vacinadas e, apartir de janeiro, apenas as pessoas imunizadas vão ter acesso a um "passe de saúde" que dá acesso a bares, restaurantes, instalações médicas e espaços culturais.

Esta segunda-feira, a ministra francesa do Trabalho, Élisabeth Borne, vai reunir-se com líderes empresariais e líderes sindicais para discutir a possibilidade de exigir "passes de saúde" para poderem trabalhar em escritórios e espaços fechados.

Países Baixos
Nos Países Baixos, avançou este domingo o chamado "confinamento de Natal" para conter a ómicron que, segundo as autoridades holandesas, vai superar a variante delta e tornar-se dominante no país até ao fim do ano.

Durante o período de confinamento que vai vigorar até 14 de janeiro, as lojas, restaurantes, bares, cinemas, museus e teatros não essenciais estão fechados e as famílias holandesas podem receber apenas duas pessoas em casa, exceto no dia de Natal. Já as escolas vão continuar fechadas, pelo menos, até dia 9 de janeiro.

Áustria
Enquanto a maioria dos países europeus está a apertar as restrições, a Áustria anunciou na semana passada que vai aliviar o confinamento obrigatório de todos os cidadãos não-vacinados durante três dias no Natal e no dia do Ano Novo. Isto porque, quando a ómicron chegou à Europa, o país já estava confinado e teve, desde então, uma baixa taxa de infeções.

Ainda assim e tendo em conta a baixa taxa de vacinação no país (que facilitou que a variante delta se espalhasse pelo país e pressionasse o sistema de saúde), as pessoas não-vacinadas só vão poder reunir-se em pequenos grupos, com um máximo de 10 pessoas, enquanto as pessoas vacinadas ou recuperadas vão poder juntar-se em grupos maiores.

Espanha
Em Espanha, o Governo vai reunir-se de emergência na quarta-feira para analisar a evolução da pandemia e discutir a adoção de novas medidas. Algumas regiões estão já a exigir um comprovativo de vacinação para entrar em restaurantes e bares, mas rejeitam maiores restrições dada a dependência económica dos serviços e turismo.

Itália
Na quinta-feira, é a vez do Governo da Itália se reunir de emergência para avaliar a evolução da covid-19. Em cima da mesa estará a exigência do uso obrigatório de máscaras na rua, encurtar o prazo dos certificados de vacinação e exigir testes para que pessoas vacinadas e não vacinadas entrarem em grandes eventos.

Portugal
Por cá, a prevalência da variante ómicron ronda já os 20% e deve atingir os 80% no Ano novo. Tendo em conta a rápida evolução da variante, o Governo determinou uma semana de contenção de contactos entre 2 e 9 de janeiro, em que o teletrabalho será obrigatório e os bares e discotecas estarão encerrados.

O Executivo de António Costa admite, no entanto, a possibilidade de virem a ser revistas as restrições atuais, caso venha a ser necessário. O uso de máscara, o reforço da vacinação e o aumento do controlo nas fronteiras são algumas das medidas já no terreno, a que se poderá juntar o alargamento do número de testes gratuitos disponibilizados a cada cidadão.
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