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EUA e Rússia pedem calma ao Irão e à Arábia Saudita
Depois dos apelos de calma da comunidade internacional, os aliados sauditas alinharam-se contra o Irão. Depois das relações diplomáticas, o regime saudita também cancelou as relações comerciais com o Irão.
Depois de pedirem "conversações directas" entre Riade e Teerão, os Estados Unidos sustentaram que esta crise pode também colocar em causa a guerra em curso contra o terrorismo do autoproclamado Estado Islâmico. E se a Alemanha e a França também pediram a diminuição da tensão, a Rússia solicitou contenção nas acções dos dois países.
Caminho inverso foi o seguido por três aliados sunitas de Riade. O Bahrein, de maioria xiita mas governado por uma monarquia sunita aliada do regime saudita, deu 48 horas aos diplomatas iranianos para abandonarem o país, medida em tudo idêntica à adoptada por Riade. O Sudão, que detém uma população maioritariamente muçulmana sunita, fez o mesmo. E também os Emirados Árabes Unidos reduziram a presença diplomática no Irão.
Em plena disputa pela hegemonia regional, o Irão e a Arábia Saudita já se confrontavam em guerras por procuração na Síria e no Iémen. Agora a relação bilateral foi fortemente danificada pela execução, por parte da monarquia saudita, do clérigo xiita Nimr al-Nimr, executado junto no último fim-de-semana. Preso desde 2012, as autoridades sunitas invocaram uma ligação a acções terroristas para justificar a sua condenação à morte. Em 2009, Nimr liderou um movimento secessionista da região oriental da Arábia Saudita, zona onde vive a maior parte da minoria xiita saudita e que detém os principais campos petrolíferos do país.
Fim das relações comerciais
Depois da execução de Nimr, seguiu-se um ataque à embaixada saudita em Teerão e o posterior anúncio de Riade do corte das relações diplomáticas com o Irão, que ameaçaria Riade de um "preço elevado" a pagar pela morte do activista xiita.
A monarquia liderada pelo rei Salman há quase um ano, já anunciou o fim de todas as relações comerciais com o Irão, bem como o cancelamento das ligações aéreas entre os dois países. Já a Alemanha revelou que vai reavaliar o regime de exportação de armas para a Arábia Saudita, o maior importador mundial de armamento.