Notícia
China cancela negociações com os Estados Unidos
As tarifas no valor de 200 mil milhões de dólares que Trump impôs à China entram em vigor na próxima segunda-feira.
22 de Setembro de 2018 às 12:48
A China cancelou as negociações comerciais com os Estados Unidos e já não vai enviar o vice-primeiro-ministro a Washington, na próxima semana, revelam fontes próximas do processo citadas pelo Wall Street Journal. Ainda assim, Pequim deixa a porta aberta para retomar as negociações no próximo mês, segundo a Bloomberg.
Uma delegação chinesa deveria viajar para a capital norte-americana para preparar a viagem do vice-primeiro-ministro, Liu He, mas ambas as viagens foram canceladas. Esta notícia surge depois de, na passada quinta-feira, o porta-voz do ministro do Comércio chinês, Gao Feng, ter afirmado que as novas tarifas trouxeram "novas incertezas" para as negociações entre a China e os Estados Unidos.
Donald Trump anunciou na passada segunda-feira que os EUA vão impor tarifas alfandegárias de 10% sobre o equivalente a 200 mil milhões de produtos chineses importados. As novas tarifas, de 10%, vão entrar em vigor a 24 de Setembro. Vão depois subir para 25% até ao final do ano. Trump já ameaçou que se a China avançar com medidas de retaliação contra os agricultores ou indústrias dos Estados Unidos, "implementaremos de imediato a fase três: tarifas sobre 267 mil milhões de dólares de importações adicionais".
A administração de Trump afirmou que precisa de confrontar a China em relação às suas práticas comerciais para defender os interesses de longo prazo do Estados Unidos, mesmo que a escalada da tensão acabe por ser penalizadora para os consumidores norte-americanos. Estas declarações foram dadas por um responsável da administração norte-americana que pediu anonimato na sexta-feira.
"As novas tarifas americanas sobre bens chineses, a maioria dos quais orientados para o consumo, vão deprimir os gastos e afectar o sector de retalho no início de 2019", defendem Seema Shah e Danielle McIntee, analistas da Bloomberg Intelligence, numa cota de investimento citada pela agência. As mesmas especialistas sublinham que as famílias de baixos rendimentos serão as mais expostas a estes riscos.